sábado, 26 de fevereiro de 2011



26 de fevereiro de 2011 | N° 16623
PAULO SANT’ANA


Recursos humanos

Recebi inúmeras manifestações de aplauso pela coluna escrita ontem, quando abordei a convivência em grupos humanos (empresas) entre medíocres e brilhantes.

Muitas das congratulações recebi de pessoas ligadas à área de Recursos Humanos de empresas.

Mas eu não sei se me fiz claro num ponto: os medíocres são necessários muitas vezes nas empresas ou nas repartições.

Os medíocres são necessários, os brilhantes são imprescindíveis.

Por sinal, não adoto algumas significações que os dicionários dão para a palavra medíocre.

No meu sentir, medíocre não quer dizer comum ou vulgar. Eu entendo que medíocre é mediano, que vem de médio.

Ou seja, para mim medíocre não é o pior que uma pessoa pode ser. Ela se situa apenas num termo intermediário em qualquer escala.

Entendo também que a mediocridade é um purgatório que se situa acima da vulgaridade e um degrau abaixo do brilhantismo e dois degraus da genialidade.

Como a mediocridade é um purgatório, ela pode dar acesso ao brilhantismo em seguida, tanto através da cultura, do conhecimento, quanto, acima de tudo, da capacidade de raciocinar.

Porque, em matéria geral, os medíocres são aqueles que não criam, e os brilhantes têm alta e admirável capacidade de raciocínio criativo.

O jogador de futebol medíocre é o que faz a jogada que se espera que ele faça.

Já o jogador brilhante ou gênio é aquele que faz a jogada brilhante que ninguém esperava que ele fizesse.

O mundo é feito de medíocres e brilhantes assim como o céu está cheio de pessoas honestas.

Só que há duas espécies de pessoas honestas que vão para o céu: são os que foram honestos na Terra por dignidade e os que foram honestos por medo de serem punidos ou escandalizados.

Há os honestos por princípio e há os honestos que assim o são por medo da prisão ou da vaia social.

Por falar nisso, sempre digo que a melhor definição de honestidade que conheço é a seguinte: “A medida de honestidade de uma pessoa é tomada pelo que ela faria se soubesse que nunca seria descoberta”.

Se eu por acaso fosse para o céu assim que se desse a minha morte, gostaria fundamentalmente de me encontrar com muitas pessoas lá.

Mas as mais desejadas por mim são Platão, Leonardo da Vinci, Chesterton, Chico Buarque e Lupicínio Rodrigues.

Que zorra!

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