segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011



14 de fevereiro de 2011 | N° 16611
PAULO SANT’ANA


Sobre ser feliz

O importante não é ser feliz. O importante é achar-se feliz.

Haja vista uma pessoa que ganha mal, mora mal, tem dificuldades para manter-se, mas mesmo assim ainda se acha feliz.

Por outra parte, há quem ganhe bem, more bem, não tem dificuldades para manter-se – e ainda assim se acha infeliz.

Como em tudo na vida, depende da cabeça de cada pessoa.

E agora volto àquela médica que me escreveu e me deu ensejo a que eu escrevesse, modéstia à parte, a bela coluna de sábado passado.

Arranquei aplausos de muita gente por expor a situação dos médicos do serviço público, inclusive do grande cirurgião Fernando Lucchese, que me disse a respeito: “Tu és gênio mesmo”.

Mas agora quero dizer que fui induzido a erro pela médica. Ela me escreveu dizendo que ganhava R$ 1.400 mensais da Prefeitura de POA.

E o secretário da Saúde municipal, Carlos H. Casartelli mandou objetar que, além dos R$ 1.484,10, os médicos que atuam nas unidades básicas somam àquele ganho 40% de gratificação de incentivo técnico, mais 25% de gratificação para Unidades de Saúde da Rede Básica, além de acréscimos entre 20% e 40% de insalubridade, mais R$ 300 de vale-alimentação e R$ 500 de abono, concedidos a partir do segundo semestre de 2010.

Com esses benefícios todos, o salário total é de R$ 3.545,58, nada dos R$ 1.400 que a médica, não sei se inocentemente ou maliciosamente, me declarou.

Se foi por malícia, que feio é enganar-se um pobre colunista de província, que só está bem intencionado em debater os problemas da Saúde!

Também esclarece o secretário da Saúde que a carga horária para médicos das unidades de saúde e centros de saúde não é de 30 horas, como me disse a médica. Isso é carga contratual. Mas os médicos cumprem apenas 20 horas semanais.

E os médicos que trabalham nos hospitais e pronto-atendimentos têm a carga horária semanal de 24 horas, mas recebem 110% de gratificação por isso.

Doutora, por que a senhora me embaiu?

Acabou, doutora, a senhora logrando meus leitores.

Não faça mais isso, querida, este assunto da Saúde é muito sério.

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