sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011



18 de fevereiro de 2011 | N° 16615
ARTIGO | ANDERSON RICARDO LEVANDOWSKI BELLOLI*


O Estado, os centros urbanos e o arroz gaúcho

Recentemente foi oficializada a intervenção estatal na comercialização do arroz, uma vez que o valor alcançado pelo produtor rural pela saca do cereal (em média R$ 22) não vem cobrindo o denominado preço mínimo da saca (R$ 25,80). Isso sem mencionar o montante dispensado para o custeio de sua produção, que supera os R$ 28 por saca.

Assim, diferentemente do que está impregnado no senso comum, a atividade ligada à orizicultura (sejam pequenos, médios ou grandes produtores) não se reverte em lucro, pois a produção do cereal não vem suportando os custos da própria produção.

Infelizmente, a população que vive nos centros urbanos não tem conhecimento acerca da atividade rural. Dito de outro modo, a realidade do nosso Estado é desconhecida de seus próprios habitantes.

A atividade arrozeira gaúcha é responsável por 60% da produção nacional, representando 3% do PIB do Estado, sendo fonte de geração de riquezas e renda, de tributos, de postos de trabalho e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e para minimizar as inúmeras desigualdades regionais.

A intervenção do governo federal atesta o acima referido, na medida em que a manutenção do prejuízo da classe arrozeira resultaria em prejuízos para o interesse público e para o bem comum, tendo em vista a ocorrência do “efeito cascata” que agravaria a difícil situação socioeconômica nas localidades dependentes das riquezas geradas pela categoria.

O recado foi alcançado pelo próprio governo federal. É hora de valorizar a atividade exercida nos campos deste Estado, pois, de longa data, o produtor rural contribui com o desenvolvimento econômico, político e social do país, sendo o momento de a sociedade civil urbana compreender o que – efetivamente – ocorre nos pagos do Rio Grande do Sul.

Nenhum comentário: