quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011


CARLOS HEITOR CONY

Ronaldo

RIO DE JANEIRO - Poucas vezes a mídia, a nacional e a internacional, deu tanta e tamanha cobertura ao pendurar das chuteiras de um jogador de futebol. Alguma coisa funcionou na declaração de Ronaldo que mexeu com o sentimento que foi além do fato esportivo em si.

É fora de dúvida que se trata de um craque excepcional, conhecido mundialmente, com títulos importantes e únicos, apesar de alguns incidentes que o colocaram na berlinda das suposições sobre sua vida pessoal.
Sua carreira teve duas fases bem determinadas. Dos inícios no campo do São Cristovão (RJ) até a Copa do Mundo na França, em 1998, foi um sucesso incontestável.

Naquele ano, um caso até hoje não bem esclarecido justificou a derrota do Brasil na final contra a França: seu nome não constava da escalação que a Fifa distribuiu aos jornalistas. Em seu lugar, o reserva Edmundo. Soube-se que Ronaldo tivera um troço naquela manhã. Mesmo assim entrou em campo, a empresa que bancava a Copa teria exigido a presença dele.

Muito disse me disse, o fato é que Ronaldo continuou tendo, como teve, uma atuação fenomenal, mas com alguma irregularidade técnica e um aumento de peso que se transformou em piada.

Treze anos após, ele próprio declara uma doença que exige medicamentos especiais, sendo esse o motivo para sua decisão de abandonar o futebol. Pergunta: os diversos clubes a que pertenceu, os médicos da seleção nacional não teriam diagnosticado o problema?

De qualquer forma, ele deixa os campos com uma luminosa esteira de sucessos.

O que quer que tenha havido não prejudicará a lembrança que os torcedores daqui e lá de fora guardarão dele, sempre atuante, com jogadas plásticas que desnorteavam os adversários e encantavam os amantes do futebol arte.

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