terça-feira, 22 de fevereiro de 2011



22 de fevereiro de 2011 | N° 16619
PAULO SANT’ANA


Delação nepótica

O governo de Honduras, América Central, tomou medidas enérgicas contra os fumantes.

De hoje em diante, ninguém poderá fumar, em qualquer ambiente aberto, a menos de dois metros de uma outra pessoa qualquer não fumante.

Deduz-se pela lei que ninguém poderá caminhar na calçada fumando, fatalmente cruzará por outros transeuntes e ficará a menos de dois metros deles, incorrendo em multa de US$ 311.

O interessante na medida é que os fumantes só poderão fumar em casa se não forem denunciados por seus familiares, que serão estimulados pelo governo a dedurarem os parentes fumantes.

Esta prática de pai denunciar filho, mulher denunciar marido, sempre o denunciado será fumante, eu denomino de delação nepótica.

Já há uma cidade da Califórnia em que as pessoas só podem fumar em suas casas se obtiverem consentimento dos vizinhos da esquerda e da direita.

As legislações de todos os países estão cada vez mais se tornando severas contra o tabagismo.

Já prevejo diversos países, inclusive o Brasil, baixando a seguinte lei: “Fica proibido em todo o território nacional o hábito de fumar quando a distância entre o fumante e qualquer ser vivo, entre eles os animais, inclusive os insetos, for inferior a 1.200 metros”.

Outra lei que em seguida será baixada por vários países: “Só será permitido o vício de fumar quando o fumante estiver distante da costa 200 milhas de mar territorial. Poderão ser fretadas embarcações para levar os fumantes até lá, desde que em cada barco não exceda em 10 o número de fumantes, com a finalidade de se evitar aglomerações excessivas nas embarcações, de onde se exalem fortes quantidades de fumaça.

O uso de boias individuais para fumantes só será permitido a 20 metros no mínimo de distância do barco de origem da mesma. Em nenhuma hipótese, será permitido fumar ao longo de rios, lagoas, lagos, arroios, sequer nas margens dos mesmos”.

Gozado que até agora todos os países que decretaram leis severas contra o cigarro sempre deixaram margem a que se fumasse em determinada circunstância.

Nenhum desses países se atreveu a fechar as fábricas de cigarros. Seria simples fazê-lo e deixar de delimitar com detalhes preciosistas o direito dos fumantes.

Não é para ganhar impostos que não fecham as fábricas.

Prefiro achar que entre os que fazem as leis há alguns fumantes, que assim inserem nas normas algumas brechas que permitem que os tabagistas, embora acuados, deem a sua pitadinha de nicotina e alcatrão.

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