quinta-feira, 6 de janeiro de 2011



06 de janeiro de 2011 | N° 16572
PAULO SANT’ANA


Os que me cuidam

Como são importantes para mim esses senhores que cuidam da minha saúde!

Com que desvelo se atira essa dezena de médicos a desvendar os defeitos por uso de meu corpo!

Assim como os psiquiatras que sucessivamente se arremessaram à afanosa tarefa de solucionar os meus desvios da mente e a proceder ao rescaldo dos escombros da minha alma.

Como poderei retribuí-los, a não ser com o reconhecimento pelas centenas de horas na busca de minhas curas?

Assim como quando irei resgatar a dedicação dos amigos que suportaram as minhas impertinências?

Eu tinha de erguer uma estátua para cada um de todos os meus amigos.

Eles foram e têm sido a razão da minha resistência.

Passo nas ruas e ouço as vozes dos que se surpreendem com a minha aparição: “Oi, seu Sant’Ana, vai voltar o Ronaldinho?”. O outro: “Seu Sant’Ana, o senhor está com bom aspecto. Melhorou a saúde, não é?”.

Gente anônima que ou quer ver minha felicidade, ou se compraz que eu lhe diga que estou espantando as minhas doenças.

Que bom haver pessoas que, gratuitamente, nos becos, nos elevadores, querem saber da minha sorte: “Magoaram-no, seu Sant’Ana, quem teria sido capaz de ter-lhe feito isso? Não foi a vida, que a vida é boa e justa e, sendo boa e justa a vida, ela não haveria de magoá-lo assim, a ponto de tisnar de tristeza os seus olhos. Tenha fé, seu Sant’Ana. E vá em frente”.

Médicos, psiquiatras, enfermeiras, atendentes, amigos, uma constelação de luzes que ainda me animam.

E são eles que me levam em frente e não estão permitindo que eu aderne.

Ainda há pouco, a Mega Sena da Virada teve quatro acertadores.

A diferença entre a vida e a Mega Sena é que esta tem muitos acertadores e eu nunca vi acertadores na vida.

E eu continuo a apostar na Mega Sena e na vida.

Quero parabenizar o governador Tarso Genro por duas designações no primeiro e no segundo escalão: o delegado Ranolfo Vieira Junior, como chefe da Polícia Civil, e Afonso Motta, como secretário do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas.

O delegado Ranolfo era um anseio para o cargo por parte dos melhores quadros da Polícia Civil, que querem ver a corporação modernizada e ágil.

E o Afonso Motta é talhado para a secretaria que vai ocupar, seu tino político, sua cultura jurídica e sua paciência exemplar são virtudes exatas para o posto.

Por aí, vai começando bem o governo Tarso Genro.

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