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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
28 de janeiro de 2011 | N° 16594
PAULO SANT’ANA
O grande líder
Escrevo esta coluna arriscando que os leitores adivinhem de quem estou falando, por ser ele tão próximo de nós.
O líder de uma grande organização tem de desdenhar das fofocas e ser tolerante com os fatos verossímeis ou verdadeiros que atinjam seus liderados.
Tem de ouvir e fazer crer aos seus interlocutores que está guardando na memória o que está ouvindo e transmitir a impressão de que aquilo que está ouvindo redundará em providências.
O grande líder de uma organização tem de se interessar fortemente por tudo o que façam os seus liderados mais salientes e os seus liderados mais humildes.
O grande líder de uma grande organização tem de incutir em seus liderados a ideia de que a sua devoção sobre os propósitos do grupo há que ser por osmose transmitida a todos, de tal forma que os liderados se tornem convictos da paixão com que ele, líder, lida com os negócios e com as relações com seus liderados.
O grande líder de uma organização deixa que seus liderados sintam que a necessidade que a organização tem de seus clientes é do mesmo tamanho da necessidade que a organização tem de seus funcionários.
O líder tem de imprimir em seus liderados a crença de que ele é seguro, de que eles se sentem de tal forma seguros com essa liderança que nem de leve passa por suas cabeças que não são imprescindíveis e podem algum dia vir a ser dispensados.
Quando por acaso o líder dispensar a um ou alguns de seus liderados uma atenção especial, os outros todos irão ficar convictos de que aquele tratamento é merecido e devem passar então a esforçar-se por ter do líder tratamento igual.
O grande líder tem de periodicamente praticar incertas de atenção com seus liderados. Quando cada um deles menos esperar, deve receber um telefonema do líder ou uma visita ao seu setor de trabalho, que trate dos interesses da empresa e da forma mais talhada de defendê-los ou exercitá-los.
O exato, preciso, providencial grande líder tem, principalmente, de policiar-se para sempre estar de bom humor, não pode ter achaques diante de seus liderados, tem de sorrir sempre. A cada preocupação ou trabalho ingente, deve provir dele um sorriso e palavras bem-humoradas.
O grande líder precisa demonstrar que está sempre otimista, mesmo quando haja motivo para assim não se revelar.
E, finalmente, o grande líder tem de sempre ter em mente que um dia será sucedido e que é crível e até esperável que venha a sê-lo por um daqueles que agora lidera.
O grande líder é aquele que sabe licenciar seus liderados para sonharem.
E sempre o grande líder tem de se cercar de sonhadores.
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