sábado, 22 de janeiro de 2011



22 de janeiro de 2011 | N° 16588
PAULO SANT’ANA


Consumidor desrespeitado

Justiça se faça aos que planejaram o fumódromo de Zero Hora: depois de uma demora angustiante, ele nos foi reentregue esta semana.

Está lindo, confortável, tem uma folhagem, tem piso novo, tem poltronas acessórias, novo e potente aparelho de ar condicionado que ventila, uma mesa funcional para o telefone.

E uma grande surpresa: colocaram no canto uma máquina de café em troca de moedas.

Uma obra admirável de respeito de uma empresa aos seus viciados.

Um monumento aos direitos humanos.

O novo fumódromo aplaca um pouco a culpa que temos, os fumantes, de termos sido ultimamente considerados, com justiça e adequação, seres inconvenientes e indesejáveis.

Obrigado.

Ah, também havia no fumódromo uma placa de bronze indicando que eu era o seu patrono, uma singela homenagem por quem se bateu em defesa daquele local.

Uma causa justa mas um tanto envergonhada.

O médico Anderson Kieling (andkieling@hotmail.com) manda reclamar a esta coluna que comprou uma lava-louça nova e já veio estragada.

A loja não quer trocar e a fábrica não dá retorno à reclamação do comprador.

Um desrespeito ao consumidor.

Então, o prejudicado se dirigiu ao Juizado de Causas Especiais, em Novo Hamburgo, que infelizmente não funciona às sextas-feiras. O reclamante terá de voltar lá na semana que vem.

Estranho privilégio que se concede a funcionários públicos que são pagos para atender a cidadania e veem espichados indevidamente os seus fins de semana. Que vergonha, que falta de respeito, que agressão aos direitos das pessoas e dos consumidores.

O prejudicado paga seus impostos, não transgride as leis, mas é assim desacatado com certa violência por integrantes do comércio e da indústria e pelo ócio do funcionalismo público.

Não podiam tratar assim os seres humanos.

Excêntrico por todas as formas este exame da OAB para os bacharéis poderem se tornar advogados.

Já estudaram por cinco anos, se formaram, mas muitos deles, os que não passam no exame, se veem impedidos de exercer uma profissão para a qual foram capacitados pela universidade.

Além desse contrassenso estupendo, é cobrada dos examinados a taxa de extorsivos R$ 200, que chega a fazer supor que a OAB lucra com esse rigor.

E os que conseguem provar que não têm condições de pagar essa taxa são submetidos desumanamente a 45 dias de via-sacra burocrática na busca da isenção.

Tenho certeza de que é desconfortante e mentalmente opressor para a OAB esse exame.

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