sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


Jaime Cimenti

La siesta! Sesteadores, sesteadoras, sesteai!

La siesta, sesta, tem origem em sexta que, no latim clássico, significava a sexta hora, a metade da jornada, o meio-dia. Os romanos dividiam o dia, desde o nascer até o pôr do sol, em doze horas.

No belo ensaio publicado na obra El arte de la siesta (El Barquero, Palma de Mallorca, 2003), o professor francês Thierry Paquot fala sobre telas históricas que retrataram a sesta, os demônios do meio-dia, o poder disciplinador e libertador da hora da sesta e sobre a importância de continuarmos sesteando, num mundo e numa época que colocam a vida de modo tão utilitário e veloz.

“Sesteadores e sesteadoras, sesteai!” convida, com alegria, Paquot, lembrando que a sesta é um momento importante de uma arte de viver que precisa ser defendida, popularizada e praticada, com toda a convicção, prazer e seriedade.

Hoje há, inclusive, estudos científicos que comprovam os vários benefícios de alguns minutos diários de sesta e alguns arquitetos já colocam pufes e sofás em projetos de prédios comerciais para que os viventes possam descansar entre o final do almoço e a volta ao trabalho.

Os empregadores devem se dar conta de que depois de uns vinte minutos (não necessariamente duas ou três horas) de sesta seus empregados podem render mais e melhor e suas empresas podem sair lucrando ainda mais.

Os momentos do antigo hábito da sesta podem nos ajudar a recuperar as forças físicas e mentais e, ao mesmo tempo, podem auxiliar a restabelecer nossos próprios ritmos, em contraposição aos ritmos da jornada de trabalho e dos outros compromissos diários.

São momentos de aparente fazer nada que, em verdade, são importantíssimos para resistir à chamada ditadura do tempo forçado e para que possamos pensar em nós, em nossos desejos e usar melhor esse bem dos mais preciosos, que é o tempo.

A sesta pode nos dar oportunidade de colocar nossos sonhos em dia e pode nos mostrar que, ao menos numa parte do dia, estamos livres de agendas pesadas, relógios implacáveis, chefes terríveis e outras coisas do tipo.

É isso, vamos aproveitar os doces momentos da sesta e fazer deles uma espécie de disciplina da indisciplina. O mundo vai ficar melhor, mais amoroso e mais em paz com nossas sestas. Sesteadores e sesteadoras, sesteai!

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