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terça-feira, 25 de janeiro de 2011
25 de janeiro de 2011 | N° 16591
PAULO SANT’ANA
Pobre Grêmio!
Com a deserção do jogador Jonas, o Grêmio virou uma triste e arrasadora gandaia.
O Grêmio virou uma ladainha: só há jogadores que vão e jogadores que não vêm.
Ronaldinho não veio, Jonas se foi.
Pobre torcida do Grêmio!
Parece mentira que o Grêmio não aproveitou o janelão de fim de ano e até agora não contratou nenhum reforço para a Libertadores que se inicia amanhã.
Além disso, numa prova eloquente da incompetência dos dirigentes recentemente passados, Jonas foi embora, deixou o Grêmio sem centroavante para a estreia e, do jeito que vai, para todo o ano.
Tragédia sobre tragédia, deslizamentos se sucedem no Grêmio como na serra fluminense, vitimando uma torcida que não tem culpa de nada e se vê, a cada semana transcorrida, apunhalada pelas costas, ora por despreparo dos dirigentes, ora pela voracidade carreirista de seus jogadores e irmãos de sangue, que se comprazem em ludibriar o Grêmio e cada vez mais enfraquecê-lo perante sua história.
Exatamente como fez o irmão de Ronaldinho, os irmãos de Jonas planejaram meticulosamente sua fuga do Grêmio, restando todos nós, gremistas, com caras de palhaço.
Não dá para entender como o Grêmio se deixa assim enganar por esses trânsfugas.
A facilidade com que esses jogadores usam o Grêmio para seus propósitos de traição espanta a todos.
Como até agora o Grêmio não contratou nenhum reforço para a Libertadores, sente-se que o clube se emasculou, satisfazendo-se em apenas disputar a Libertadores, sem qualquer ambição, a mínima que seja, para conquistá-la.
Foi um clube grande este Grêmio, agora apequenou-se assustadoramente.
Pobre Grêmio, pobre grande torcida do Grêmio, à mercê da incompetência de alguns e da cobiça dinheirista de outros.
Amanhã o Grêmio estreia na Libertadores. E o que era para ser motivo de júbilo virou tragédia, fracasso, chacota, tristeza, abatimento, desolação.
Mais um ano perdido para o Grêmio. E a torcida vê aparvalhada não surgir no horizonte nenhum grande líder que conduza esta massa de potencial gigantesco.
Ninguém para transpor o Rubicão e para abrir as águas do mar, nenhum César, nenhum Moisés.
Essa imensa mole humana que se constitui na torcida tricolor vaga imprecisa e tonta com as procelas que se abatem sobre sua embarcação.
No Grêmio, só há jogadores que vão e jogadores que não vêm.
Pobre Grêmio, pobre e maior e grande torcida tricolor.
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