Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 14 de junho de 2008
14 de junho de 2008
N° 15632 - Paulo Sant'ana
Quem ganha com o arroz?
Esta interatividade com os leitores pela internet, desde que foi inaugurada, serve para manter o colunista informado quanto aos seus equívocos ou imprecisões.
A gente escreve sobre determinado ângulo de um assunto, comete um erro de interpretação, no dia seguinte os leitores já mandam suas correções.
Ou seja, o nosso equívoco não fica cristalizado no ar, esquecido.
Ontem, por exemplo, diante dos sucessivos aumentos no preço do arroz, escrevi que os produtores do cereal é que deviam estar felizes.
Já veio a correção no dia seguinte pelo e-mail abaixo transcrito: não chegam aos produtores os aumentos volumosos dos preços no bolso do consumidor.
Então, com quem é que ficam os aumentos? Com certeza com os intermediários de mercado entre o produtor e o consumidor.
Mas será que amanhã os intermediários e especuladores não vão corrigir o colunista?
Deixemos no entanto que um produtor exponha a sua visão:
"Caro Paulo SantAna. Foi com surpresa que li tua coluna hoje. Pois demonstraste que não estás atualizado com a nossa cultura arrozeira.
Tapes foi o terceiro município a cultivar o arroz no Rio Grande do Sul. Primeiro foi Pelotas, depois Cachoeira do Sul e Tapes respectivamente (nota do colunista: e Camaquã não entra na lista?). Mas a discussão não é de quem começou ou quem ainda vai começar etc.
A mídia geralmente tacha o produtor na seguinte forma: que o arrozeiro quer incentivar a suba da inflação, que somos os vilões da cesta básica, que somos os eternos pedintes ao governo federal, que nunca estamos satisfeitos, coisa e tal. Assim, a opinião pública urbana toma o discurso como se fosse a mais pura verdade.
Vamos exercitar agora a realidade dos fatos:
1) 70% dos produtores são arrendatários, pagam de 25% a 30% da renda bruta anual ao proprietário da terra (geralmente grandes empresas);
2) Geramos aproximadamente 1 milhão de empregos (diretos e indiretos);
3) Nossa empresa é a céu aberto, rezamos para que chova, rezamos para que pare de chover, rezamos para não cair pedra, enfim;
4) Em 10 anos, apenas em três conseguimos vender acima do custo de produção;
5) O custo de produção calculado pelo Irga é certo. Mas o governo federal não o aceita como preço mínimo.
Paulo, eu poderia ficar enumerando páginas e páginas de fatos concretos de que somos uma classe não reconhecida pela sociedade urbana. Mas tá na hora de virarmos este jogo. Dependemos exclusivamente de colunistas formadores de opinião como você.
O fato mais estarrecedor é que alguém está com a fatia, com a grande fatia do negócio. Ou seja, subiu mais de 100% para o consumidor, para o produtor saiu de R$ 25 para R$ 33 a saca. Com um custo estimado em R$ 32. Sem contar a tal reciprocidade dos bancos, em que ninguém tem coragem de falar.
Então: somos os vilões?
Outra coisa: mais de 60% não obtêm financiamento oficial; quer dizer, pegam dinheiro até de agiota para plantar, para continuar nessa inconstante atividade, muito mais cheia de riscos do que sucessos. Mas, novamente, te digo: precisamos de gente esclarecida e do nosso lado, não contra. Isso já temos que chega.
(ass.) Silvio Rafaeli, plantador de arroz. e-mail: silviorafaeli@hotmail.com"
Uma coisa é certa: os preços dos alimentos estão subindo carnivoramente. Sobe a cebola,sobe o tomate, sobe principalmente a carne. Um churrasco para uma família que custava, um mês atrás, R$ 100 passou para R$ 200, o dobro!
Onde é que vai parar esta inflação?
Esta alta de preços nunca tinha sido vista no governo Lula. Com isto, a venda de alimentos nos últimos 30 dias caiu em 20%. As pessoas sentem o preço alto e comem menos.
Se não tomar cuidado, os índices de popularidade do presidente vão desabar. Socorro!
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