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quinta-feira, 26 de junho de 2008
26 de junho de 2008
N° 15644 - Paulo Sant'ana
Cadê o reitor?
Esta nova lei do álcool no sangue dos motoristas já começou a me causar transtornos.
Assim como receitaram todos, contratei um motorista para me trazer de volta todas as vezes que eu for a um restaurante para jantar à noite. Lá fomos eu e o motorista, anteontem, ao restaurante.
Não é meu feitio deixar um motorista dentro de meu carro, enquanto eu como um churrasco com alguns chopes. Convidei então o motorista para jantar comigo. Ao final da janta, o motorista estava completamente embriagado.
A cena final foi ridícula: eu e o motorista voltando a pé para casa, o motorista cambaleando e eu a ampará-lo.
Agora já decidi, vou agir como a cronista Martha Medeiros anunciou ontem em sua coluna, quando for jantar fora, como ela não abdica de tomar duas taças de vinho, irá de táxi.
Mas vou tomar uma cautela: estou adquirindo um bafômetro para testar meu taxista.
Está acontecendo um fato incrível na nossa universidade federal. Foi travado recentemente um pleito para eleger o reitor.
Os representantes das chapas se reuniram e firmaram um pacto pelo qual havia o voto de qualidade, os votos dos professores tinham mais peso do que os votos dos alunos e funcionários.
Redigido o acordo com muito cuidado, todos assinaram o pacto e foram para a eleição.
Contados os votos, nem o primeiro colocado nem a segunda colocada se acertam quanto a quem foi vencedor e será consagrado reitor. Nem um nem a outra concordam que perderam.
Ora, se os sábios, os doutos, os lingüistas, os matemáticos da universidade não se entendem nem sobre o valor dos números nos votos nem na interpretação do texto do pacto, que deixam para os alunos e para nós, população leiga e às vezes ignorante?
Se se ferem milhares de eleições em condomínios e escolas de samba, sem qualquer desacordo entre os disputantes, como pode explodir um grave desencontro desses logo em plena universidade?
Eu imaginei que as cúpulas universitárias fossem detentoras de sabedoria e lhaneza. Ao vencedor, as batatas...
Em princípio, os bares e restaurantes vão se prejudicar muito com a tolerância zero para o álcool no trânsito, principalmente nos fins de semana. E, em princípio, os taxistas vão se beneficiar com a medida.
Mas ainda não há alarma na sociedade com a nova lei, embora eu, por exemplo, esteja recebendo muitos e-mails protestando pelo excessivo rigor da norma legal que passou a viger esta semana.
É que as pessoas com quem converso me dizem que no início há rigor, mas logo em seguida relaxa-se a fiscalização.
Não creio. A lei, assim como está, vai estimular a fiscalização a ser muito mais aplicada em seus misteres.
Um médico (jalipio@terra.com.br), por exemplo, cita a frase recente do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Célio Borja: "Vivemos um furor regulatório que está nos levando a um Estado policial".
O leitor insiste: "Proibir e proibir, multar, prender, acusar, tarifar. É o que ocorre com essa absurda lei do álcool zero.
Claro que, como pessoa e médico, reconheço a importância negativa que o álcool exerce sobre o organismo humano, sobre a violência, sobre os acidentes. Mas, de repente, zero! Exultam os jornais: 38 prisões no fim de semana. A hipocrisia grassa, o dia-a-dia não é assim.
Volte de táxi ou dê o volante para a patroa. Pois então que pare a fabricação de carros e quebre-se o vinho gaúcho. Óbvio que se punam os bêbados no volante com mais pesadas penas. Mas, pô, não se intrometam tanto na vida de cada um, que para muitos já é difícil. Desculpe, gracias".
E qual é a justificativa para os postos de gasolina de Porto Alegre terem aumentado o produto de R$ 2,49 para 2,59 por litro, três dias atrás, na calada da noite? São R$ 4, R$ 5, R$ 6. até R$ 7 a mais por tanque cheio.
E todos aumentaram ao mesmo tempo preço. Cartel.
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