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sábado, 15 de dezembro de 2007
Como bancar a faculdade
Metade dos alunos não se forma porque não consegue pagar a mensalidade. Bolsa e financiamento são alternativa
Por CLAUDIA JORDÃO
FUTURO Quem financia os estudos paga a faculdade depois de formado
O Brasil vive uma realidade perversa no ensino superior. Com a pouca oferta de vagas nas universidades do governo, 72% dos 3,2 milhões de estudantes estão em faculdades privadas, em geral pessoas que vieram de escolas públicas e com menor poder aquisitivo.
O que poderia ser a esperança de um futuro melhor torna-se um pesadelo por causa do alto valor das mensalidades.
Segundo a pesquisa Os determinantes da freqüência à rede particular de ensino e dos gastos com educação no Brasil, dos economistas Naércio Menezes e Andréa Curi, apenas 52% dos alunos se formam e a principal razão disso é a incapacidade de arcar com a mensalidade. Nas universidades públicas, 76% conseguem o canudo.
A boa notícia é o crescimento dos programas de crédito educativo, tanto públicos quanto privados, o que pode ajudar a reverter este quadro.
Bárbara Gonçalves, 21 anos, é um exemplo típico de estudante que precisa de ajuda. “A minha vida toda dependi de bolsa de estudos”, resume ela.
Bárbara sempre freqüentou escola particular, mas nunca pagou a mensalidade. Na adolescência tinha bolsa integral, que conseguiu através de seu ótimo desempenho nos esportes.
Hoje, no terceiro ano de jornalismo na Unisa, em São Paulo, é bolsista integral do ProUni, programa do governo federal. Ela não paga nada desde o primeiro ano de curso. Mais velha de quatro irmãos, mora com a família e só ela e a mãe trabalham.
Bárbara tem dois empregos: de segunda a sexta é estagiária em jornalismo e, nos finais de semana, faz eventos. No total, recebe R$ 685 por mês. Só a mensalidade de seu curso é R$ 700.
Criado em 2004, o ProUni oferece bolsas de 50% ou 100% da mensalidade, tem convênio com cerca de 1.400 instituições privadas de ensino superior e, em 2008, oferecerá 180 mil bolsas.
As inscrições para o programa acabam esta semana. O bolsista parcial ainda pode financiar 25% do restante do valor da mensalidade pelo Fies, outro programa do governo federal, operacionalizado pela Caixa Econômica.
A partir do ano que vem, será possível financiar a mensalidade integral em cerca de 1.500 instituições credenciadas, com taxa de juros de 3,5% ou 6,5% ao ano, dependendo do curso. Desde que foi criado, em 1999, 457 mil alunos utilizaram o Fies. Assim como o ProUni, para poder participar, o aluno precisa comprovar carência financeira.
Quem não se enquadra no perfil dos programas do governo pode recorrer à iniciativa privada. Reinaldo Barros, 24 anos, é um dos 14 mil alunos que buscaram financiamento para a faculdade no fundo Pravaler, oferecido pela empresa Ideal Invest – que tem como sócio o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.
Reinaldo queria fazer o curso superior de radiologia, mas, desempregado, não tinha condições de bancar R$ 384,63. Com o pai, um empresário, como fiador, ele obteve crédito e hoje, no primeiro semestre do curso, na Estácio de Sá, no Rio, paga R$ 193 por mês.
Depois de formado, continuará pagando a mensalidade por mais dois anos e meio. “Se não fosse assim, não teria como estudar”, diz ele. O fundo para custear estudos da Ideal Invest foi criado em setembro de 2006 e oferece financiamento com taxas de juros que variam entre 0,5% e 1,5% ao mês. “Não é um programa de bolsas.
Pelo contrário, é necessário que a renda do fiador e do aluno somem no mínimo duas vezes o valor da mensalidade”, explica Oliver Mizne, sócio da empresa.
Ela não divulga a taxa de inadimplência, mas especialistas afirmam que está muito longe dos 23,7%, índice nas faculdades do Estado de São Paulo, por exemplo.
AUXÍLIO Bárbara cursa jornalismo com bolsa do ProUni: a mensalidade é maior que o salário dela
Há também bolsas das próprias universidades, que cobram do aluno formado uma parcela do valor da mensalidade. Reinaldo Moura de Souza se beneficiou de um programa desses, oferecido pela Universidade São Francisco, em São Paulo.
Enquanto trabalhava como motorista do Tribunal de Justiça de São Paulo, ele fez o curso de direito e hoje é o juiz substituto de Ribeirão Preto, em São Paulo. Formado, ainda deve 24 parcelas à instituição de ensino e paga R$ 312 por mês.
“Graças a incentivos como esse que pessoas de classes inferiores conseguem estudar e realizar seus sonhos”, diz Reinaldo. É por histórias como essas que investir em educação vale a pena.
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