quarta-feira, 12 de dezembro de 2007



CLAUDIA RAIA PRECISA AJUDAR LUCIANO HUCK

Quem contou foi a repórter Mônica Bergamo. O apresentador Luciano Huck foi à boca-livre do show da banda Police, incomodou-se com o trabalho da fotógrafa Audrey Furlaneto, resolveu tirá-la da cena e, afastando a câmera, empurrou-a.

Sem que essa fosse sua intenção, derrubou-a. Como ela lhe disse em seguida, 'muito gentil'. (Em versões posteriores, falsas, ele teria 'agredido' a fotógrafa.)
Huck estava num evento público, convidado pelos patrocinadores do show.

Sabia que dividiria o tempo com fotógrafos. Por conta da curiosidade que atrai, vestia a camiseta destinada a divulgar as marcas de quem providenciou o paganini do espetáculo. Deliberadamente, enfeitava um lance de propaganda do evento e dele próprio.

Se uma pessoa resolve ser uma 'celebridade' (seja o que for o que isso signifique), fotógrafos e jornalistas passam a ser uma sarna em suas vidas. A rainha Elizabeth reclama quando é obrigada a falar atrás de pódios altos.

O presidente americano Lyndon Johnson (1963-1969) implicava com os fotógrafos e com as câmeras que mostravam o lado esquerdo de seu rosto (como se naquela máscara isso fizesse alguma diferença).

Jacqueline Kennedy recorreu à Justiça para impedir que o paparazzo Ron Galella chegasse perto dela, mas quem urdiu o cenário em que a madame aparecia pelada (de costas e de frente) numa praia grega foi seu marido, Aristoteles Onassis.

Será que alguém é capaz de supor que Britney Spears e Juliana Paes esqueceram de vestir a calcinha no dia em que foram fotografadas em circunstância tão vulgar?

Os fotógrafos podem ser um estorvo, mas raramente são o problema. Sete paparazzi foram detidos pela Polícia francesa porque perseguiam o Mercedes da princesa Diana na noite parisiense. Sugeriu-se que teriam provocado o acidente que a matou, mas era seu motorista quem dirigia com excesso de álcool no sangue e de velocidade no motor.

O gosto pela exposição pública levou pessoas a vestir camisetas monstruosas para irem ao show do Police, mesmo não gostando da banda. Outra ânsia, a de ser uma supercelebridade, provoca surtos de impaciência. Fazem um tipo, pois quem não quer aparecer não aparece.

Quando um fotógrafo invade o espaço privado dos outros, a história é outra. Marlon Brando quebrou o queixo de Galella numa calçada de Chinatown. (Acertou a conta com um cheque de 40 mil dólares.)

Felizmente, Huck não tentou empurrar o bandido que lhe roubou o Rolex numa esquina de São Paulo, em outubro. Empurrar fotógrafa numa boca-livre em que se está protegido por seguranças particulares é covardia. Audrey Furlaneto, que o exasperou, poderia dizer como ele: 'Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna'.

Para surpresa dos curiosos, os políticos são geralmente mais delicados do que as celebridades. Huck é uma pessoa gentil, mas poderia tomar umas aulas de bons modos com Marta Suplicy. (Fotógrafos que a acompanharam testemunham sua paciência.)

Se não quiser trocar de ambiente, pode procurar Claudia Raia e Edson Celulari, personagens doces e serenos. Caso queira superar o gênero arroz-de-festa, há o padrão Claudia Abreu.

Ela estava no show do Police, mas separa sua vida pessoal das promoções, empreendimentos e campanhas comerciais de que participa. Tudo é uma questão de estilo.

Elio Gasperi

Nenhum comentário: