Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
10 de dezembro de 2007
N° 15444 - Paulo Sant'ana
Pau no Chávez
Estávamos nós no fumódromo da RBS, digo RBS porque nosso amado fumódromo situa-se entre o 4ª e o 3º andar deste prédio da Avenida Ipiranga, mediação entre a Zero Hora e Rádio Gaúcha, edifício este que deveria ser tombado historicamente em face da riqueza de circulação de idéias que há décadas o agita e caracteriza, mas, voltando ao assunto, estávamos fumando no fumódromo, nós fumantes, degredados filhos de Eva neste vale de lágrimas, quando assomou ao recinto um assunto interessantíssimo.
O assunto incendiado que tomou conta da roda foi o seguinte: os cronistas que têm colunas em Zero Hora enlouqueceram. Ou melhor, enlouquecemos.
Prova: David Coimbra, cronista esportivo e mundano, escreveu uma coluna inteira contra Hugo Chávez na semana passada. Com o futebol em férias e as ancas e pernas das mulheres em sazonal recesso, preparando-se para o grande desfile do veraneio no Litoral, o David Coimbra aproveitou para dar um pau no Hugo Chávez.
E na edição de ontem, para surpresa e estupefação gerais, Percival Puggina, cronista dominical de ZH, dedicado à política com vôos até a economia, declarou-se nos três primeiros parágrafos, com resignado espanto de todos, torcedor fervoroso do S. C. Internacional.
Já não chegam as dezenas de colorados que escrevem em Zero Hora, que pela atividade colorada incessante e profícua parecem ser centenas, surge mais um escarlate, exatamente de onde não se esperava que surgisse: Percival Puggina.
E escreveu os dois primeiros parágrafos de unção da sua paixão colorada apenas para embasar o conteúdo fulcral de sua coluna: uma crítica feroz a Hugo Chávez.
Temos então que quando não têm a quem atacar no campo restrito de suas observações, os cronistas todos estão atacando Hugo Chávez.
Para variar, Flávio Tavares escreveu a sua coluna inteira de domingo em ZH sobre Hugo Chávez.
Completando o quadro, eu. Cronista de generalidades, eu que sou política e ideologicamente isento, até porque entendo que, em face de meus modestos recursos intelectuais, não tenho capacidade para distinguir o que é certo ou errado na política e na ideologia, tenho de me manter isento.
Ainda assim, como sou isento, sofro das esquerdas o proverbial patrulhamento, que provavelmente me estigmatiza como reacionário.
E o patrulhado aqui da penúltima página de Zero Hora, para perplexidade de todos, escrevi uma coluna a favor de Hugo Chávez.
Ou seja, os cronistas de Zero Hora enlouquecemos.
Ou melhor, Hugo Chávez nos enlouqueceu com suas loucuras.
Há duas situações que me embaraçam profundamente quando entro em contato com as ruas: a primeira é quando alguém me aborda e diz: "O senhor me conhece? O senhor se lembra de mim? Olhe bem para mim e desafio-o a dizer quem eu sou. Veja se se lembra".
Esta situação me põe a nocaute. Porque eu não me lembro daquela pessoa e ela pode considerar isso uma desatenção. Na maioria das vezes me perco em evasivas e tergiversações e saio tosquiado e chamuscado desse terrível embate. Saio perdendo.
A segunda situação constrangedora para mim é mais freqüente: é quando as pessoas me perguntam: "Olá, SantAna, como vais?
Como não gosto de mentir e vou sempre mal, saio pela tangente: "Vou normal".
Tenho para mim que não menti. Mas nenhuma das pessoas percebe que dentro da palavra "normal" existe a palavra "mal".
E foi isto que eu quis dizer: "Eu vou mal".
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