Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
05 de dezembro de 2007
N° 15439 - Martha Medeiros
Vende-se esperança
Estive em Belo Horizonte semana passada. Bonita cidade, não conhecia. Tive pouco tempo para desfrutá-la, mas deu para fazer um giro rápido, de carro, acompanhada de uma simpática cicerone.
Rua vai, rua vem, passamos por um prédio enorme, luxuoso, imponente, que ocupava uma quadra inteira. Chamou minha atenção. "É um shopping?", perguntei. "É a Igreja Universal do Reino de Deus", foi a resposta.
Uau.
Coincidentemente, ao retornar para Porto Alegre dei com uma matéria na revista Veja falando sobre esses templos suntuosos onde se reúnem fiéis para cantar, rezar e pagar o dízimo, que, como se sabe, é investido em construção civil, em tecnologia e em redes de comunicação - e na conta bancária particular de uns e outros.
A Igreja Católica também nunca foi muito barata, mas, nossa, Deus agora está custando os tubos.
Fico pensando: será preconceito meu? É bem provável. Analisando por um ângulo mais benevolente, conclui-se que é muito melhor reunir fiéis numa igreja confortável do que deixá-los vagando sem fé pelo submundo.
É preferível que as pessoas acreditem em alguma coisa - qualquer coisa - do que não acreditar em mais nada. É melhor rezar do que praguejar.
É melhor seguir as diretrizes de um bispo da Igreja Universal do que as diretrizes de, sei lá, um traficante que também tem liderança e tampouco sai barato. Religião é uma escolha.
As pessoas aderem por vontade própria e o objetivo é a conquista da paz. Bom, há aqueles fiéis que querem conquistar também alguns milagres, como voltar a enxergar, encontrar um marido, curar um tumor, para os quais há, imagino, uma tabela de preços, mas quem pode contra a fé? Paga quem quer e não há lei que enquadre isso como estelionato.
Estou quase convencida de que não há fanatismo algum, nem exploração da ignorância, nem nada que macule as boas intenções de quem funda uma Igreja, enriquece e ostenta.
É um fenômeno, desculpe o trocadilho, universal. Dízimo não é CPMF, é doação espontânea. Passa-se o chapéu e dá-se em troca uma esperança. Alguém vai dizer que esperança não vale nada? Que é coisa fácil de adquirir? Onde?
Uai, em shoppings.
Dia Internacional do sofá - Que tenhamos todos uma ótima quarta-feira com chuva por aqui.
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