03 DE FEVEREIRO DE 2022
INFORME ESPECIAL
Uma juíza à frente do Foro Central de Porto Alegre
Prestes a completar 25 anos de magistratura, a juíza Alessandra Bertoluci - coordenadora da Central de Conciliação e Pagamento de Precatórios do Tribunal de Justiça do Estado (TJ) - prepara-se para um novo desafio. A partir da próxima semana, ela será a nova diretora do Foro Central de Porto Alegre.
Espécie de "centro nervoso" do Poder Judiciário no Rio Grande do Sul, o foro da Capital abriga dezenas de varas, juizados, assessorias, gabinetes, cartórios e salas de audiência. Só no prédio II, inaugurado em 2013, há 23 andares, por onde chegaram a circular cinco mil pessoas por dia antes do coronavírus - mais do que a população de 230 municípios gaúchos.
Terceira mulher a ocupar o cargo (as primeiras foram as juízas Jeanne Pölking e Helena Ruppenthal Cunha, na década de 1990), Alessandra dará continuidade ao trabalho do juiz Márcio André Keppler Fraga. As prioridades incluem a retomada no pós-pandemia, os desafios digitais depois um 2021 marcado por adversidades (um ataque hacker tirou Justiça gaúcha do ar) e a reorganização interna nesse novo momento.
- A realidade mudou desde a covid-19, e o Judiciário vem se adaptando. A digitalização de processos continua e, em breve, todas as ações estarão no sistema. Isso implica mudanças. Precisamos repensar funções e buscar a melhor forma de atender a sociedade - diz a juíza.
A ascensão de Alessandra é mais um exemplo da força feminina no TJ, que esta semana empossou a primeira presidente da Corte, desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira.
Natural de Caçapava do Sul, Alessandra Bertoluci iniciou a carreira na comarca de Pinheiro Machado, em 1997. Depois, atuou em Campo Bom, Canoas e Porto Alegre, onde integrou a 6º Vara da Fazenda Pública e a Assessoria Jurisdicional do TJ. Desde 2018, cuida dos precatórios. É casada com o ex-presidente da OAB-RS, Marcelo Bertoluci, e é mãe (coruja) de dois filhos.
Ex-secretário da Fazenda e do Planejamento no governo de Jair Soares, na década de 1980, José Diogo Cyrillo da Silva relata uma antiga e curiosa história de bastidores, que até hoje circula no órgão responsável pelas contas do Estado: corre a lenda, na Secretaria da Fazenda, segundo a qual Borges de Medeiros (que presidiu o Estado por mais de 20 anos no século passado) tinha uma mania ao receber balanços financeiros positivos - como acaba de ocorrer, aliás, no governo de Eduardo Leite.
Segundo a narrativa, Borges ia pessoalmente à tesouraria para verificar a existência, na prática, dos contos de réis anunciados no demonstrativo contábil como superávit. O equilíbrio fiscal, lembra José Diogo, era "regra de ouro para os castilhistas". Se a lenda é verdadeira, não sei, mas que a história é boa, isso é!
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