Em Paris sem sair de casa
Dicas de decoração, cultura e gastronomia para os tempos em que a pandemia impede viagens para a capital francesa
Paris é uma fantasia coletiva, dos livreiros ao longo do Sena aos telhados cinzentos de zinco de seus prédios de pedra creme. Há séculos, é referência na questão da l?art de vivre, a arte de viver, influenciando a moda, a filosofia, a cultura, a arte e a gastronomia do mundo inteiro. Hoje, as lojas estilo pop-up e as casas de brunch descoladas são tão intrínsecas à capital como as lâmpadas de rua e a arquitetura gótica. Mas o romance da cidade é atemporal.
Quando vou, gosto de ser flâneur, caminhante sem destino zanzando pelas ruelas medievais do Marais, parando para ouvir uma banda de jazz, entrando no Musée Carnavalet, fazendo compras em SoPi (South Pigalle), dando uma chegada ao Éric Kayser para comer croissants, sentando-me ao sol em uma das cadeiras de metal verdes dos Jardins de Luxemburgo. À noite, quem sabe um balé no Palais Garnier.
Agora na pandemia, meu apartamento virou bistrô, butique e boulangerie. Há inúmeras maneiras de levar Paris para casa; basta um pouco de criatividade. E talvez uma taça de champanhe.
1) Vá para a cozinha
Éric Kayser, ensina como fazer os clássicos pães franceses, incluindo la baguette, no Maison Kayser Academy, seu canal no YouTube. Quer encarar uma refeição completa? Os episódios da série de Julia Child na TV, incluindo programas com Jacques Pepin, podem ser achados no YouTube. E de sobremesa? Dorie Greenspan, autora de livros de receita e colunista do New York Times, diz que na França "sobremesa pode ser queijo, fruta ou talvez o gâteau encorpado que quase todo francês sabe fazer: o bolo de iogurte".
2) Veja óperas e balés
Apague as luzes e se acomode no sofá como se estivesse no Palais Garnier para ver clipes de balé e óperas no canal da Opéra National de Paris no YouTube. Quando precisar de um intervalo, faça como as plateias de lá e beba champanhe.
3) Maratone museus
Graças a visitas virtuais, é possível ver os detalhes das pinturas de Renoir e Van Gogh no Musée d?Orsay, usar o zoom para perceber as pinceladas marcantes de Monet para os nenúfares no Musée de l?Orangerie, descobrir máscaras de lugares como a África Central e Papua-Nova Guiné no Musée du Quai Branly - Jacques Chirac, explorar a Sacré-Coeur e se maravilhar com as vistas vertiginosas da Torre Eiffel.
4) Escute jazz francês
Comece com a lenda da guitarra Django Reinhardt, fundador do Quintette du Hot Club de France, de Paris, e sua Nuages, em tons de blues, passe por C?est Si Bon (Eartha Kitt) e finalize com Nat King Cole e sua sedutora versão francesa de L-O-V-E.
5) Redecore o lar
Inspire-se nas ideias das contas da Elle Decoration France, Marie Claire Maison e Côté Maison no Instagram, ou mesmo em hotéis butique como o Le Narcisse Blanc. A Elle Decor tem uma seção de "Regras", na qual Jean-Louis Deniot explica: "A ideia é ser antidecoração, bem natural, como se o dono da casa tivesse feito tudo sozinho - o que, obviamente, é muito francês".
6) Leia muito
Pode ser os romances clássicos de Victor Hugo, Émile Zola, George Sand e Honoré de Balzac. Descubra Annie Ernaux, perambule com Edmund White em O Flâneur ou mergulhe no submundo da cidade com Luc Sante e seu The Other Paris. Vale também fugir para outro mundo como os franceses, com um quadrinho da longeva série Asterix.
7) Seja um "flâneur"
Sua calçada não o leva ao Sena? Não tem problema. Ser um "flâneur" não é uma questão de estar em Paris, mas sim de estar no lugar em que você se encontra - usando os sentidos para absorver os sons, os cheiros e as cores à sua volta.
The New York Times - STEPHANIE ROSENBLOOM
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