terça-feira, 1 de setembro de 2015



01 de setembro de 2015 | N° 18281
EDITORIAIS

A FACE EXPLOSIVA DA CRISE GAÚCHA

O ambiente de desolação no Estado é agravado por mais um parcelamento de salários dos servidores do Executivo, um constrangimento em particular. Não há como aceitar com resignação o fato de que esses funcionários sejam os únicos castigados pela medida. Tem-se como realidade que a crise do Estado acaba por punir a população em geral pela precariedade dos serviços prestados. É um dano direto aos servidores, às suas famílias e à economia em geral, que repercute em toda a sociedade.

Previsível, o aprofundamento do problema escancara a face explosiva da crise e a coexistência de dois mundos distintos na área pública: de um lado, um Executivo falido, que não consegue nem mesmo fazer repasses obrigatórios para a merenda escolar, os hospitais e os fornecedores, além das parcelas da dívida da União, e de outro os setores praticamente imunes às dificuldades. Sabe-se que tanto o Judiciário quanto o Ministério Público e a Advocacia-Geral do Estado, não atingidos pelos parcelamentos, tentam oferecer contribuições para a solução da crise. Mas é necessário fazer mais.

A crise é uma oportunidade para que todas as instituições, e não só o Executivo, somem esforços no sentido de evitar que o Estado conviva por muito tempo com essa deformação, que o faz gastar mais do que a sua capacidade de arrecadar. 

A penúria enfrentada pela maioria do funcionalismo, que não consegue pagar contas e prover a família com insumos básicos, é desonrosa para todos. Apropriar-se dos depósitos judiciais e aumentar impostos, punindo toda a sociedade, são saídas apenas emergenciais que não resolverão o problema. O Rio Grande do Sul exige mais para que se supere a ameaça de viver sob estado de permanente calamidade financeira.

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