sexta-feira, 11 de setembro de 2015


Jaime Cimenti

Romance sobre CRT, amores e desamores
DIVULGAÇÃO/JC


O genial escritor russo Leon Tolstoi, autor dos clássicos romances Ana Karenina e Guerra e Paz, entre outras obras imortais, ensinou que quem quer ser universal deve pintar sua própria aldeia. Em seu segundo romance, Três planos partidos (Editora Literária, 272 páginas, projeto gráfico e editoração de Antônio Wenzel Luzzatto, pauloluizsc7@hotmail.com), o escritor, músico, advogado formado pela Ufrgs e ex-auditor do Tribunal de Contas do Estado Paulo Squeff Conceição nos apresenta cenários, paisagens e personagens porto-alegrenses que nos remetem a temas universais, como dinheiro, amor, desamor, poder, vaidade, negócios e política. São temas que seguem, há milênios, de interesse de todos e inspirando os criadores.

Depois de algumas vitórias em concursos literários de contos, Conceição publicou Golf Club e a Bíblia Ornamental, coletânea de contos, e, alguns anos depois, estreou em romance com O sino das horas, que teve seus direitos de filmagem adquiridos por cineastas gaúchos com vistas ao lançamento de um longa-metragem.

Três planos partidos apresenta, com linguagem fluente e ágil, capítulos curtos, narrativa bem estruturada e trama envolvente, várias narrativas que se entrelaçam. Na maior delas, o protagonista, respeitado chefe da área operacional da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), depois de entregar sua vida trabalhando afanosamente para a empresa, será vítima de transformações e, ao mesmo tempo, vai ver sua vida pessoal e familiar mudar radicalmente. Saulo Romano Lima é o rei dos CDFs, campeão da disciplina e é capaz de vestir a camisa da empresa até debaixo d'água. Mais tarde, se questionará. O pano de fundo é a privatização da CRT, acontecimentos e locais daquela época, especialmente no Centro de Porto Alegre.

Já numa rua da Cidade Baixa, uma história de amor que acabou em casamento na Igreja Santa Terezinha, bem descrita com detalhes no início do romance, vai passar por turbulências e peripécias anunciadas. Outra história de amor com uma funcionária da CRT também consta do livro. Romance que mostra como o tempo, as paixões e o poder vão dando as cartas e envolvendo inapelavelmente os seres humanos.

Os personagens, os amores, os desamores, as histórias, a trajetória da CRT, que foi privatizada, e tudo mais no romance mostram que, no mundo, especialmente no nosso, pós-moderno, rápido e estilhaçado, não há certezas que durem, verdades absolutas e garantias perenes. O tempo, implacável, vai levando sonhos, planos, relacionamentos e o que mais aparecer.

Paulo Conceição pintou cenas de sua aldeia com personagens locais e temas que tocam a universalidade. Os leitores, certamente, vão se identificar com eles.

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