sexta-feira, 18 de setembro de 2015




18 de setembro de 2015 | N° 18298 
MARCOS PIANGERS

Inovação, o cassete!


Fico feliz com esses movimentos do governo para complicar a vida do Netflix. É um absurdo o que a empresa vinha fazendo no Brasil. Oferecer seriados, filmes e desenhos animados 24 horas por dia com alta qualidade, de forma conveniente e cobrando apenas R$ 19,90 por isso. Absurdo completo. Que bom que temos um governo atento a esse tipo de ataque. Me sinto mais seguro agora.

Sou do tempo em que se podia alugar filmes na locadora. Aquilo que era economia do compartilhamento! Além disso, era uma atividade social, eu ia até a loja de fitas escolher um título e conversava com o atendente sobre os novos lançamentos. 

Eventualmente, tomava uma multinha por não entregar o VHS rebobinado. E que bons tempos eram aqueles em que se ajustava o tracking para tirar o chiado da imagem. Aquilo era uma arte, bem como limpar o cabeçote do videocassete.

Cabeça vazia tem quem apoia esse tipo de serviço como o Netflix. Esses jovens que baixam música lá do mp3. Não sabem como era bom o som de uma fita Basf. Não imaginam como era usar um telefone de disco. Aquele barulho era um charme, o disco deslizando número por número. Agora é só WhatsApp, foto, mensagem, vídeo, ligação de graça. Como pode ser produtiva uma geração que quer tudo de graça?

Acredito que o correto seria fazer com qualquer forasteiro o que fizeram com o Uber: aqui vocês não são bem-vindos, camaradas! Fora Spotify, e suas musiquinhas disponíveis a qualquer momento! Fora Amazon, e suas entregas de produtos em uma hora! Fora Airbnb, que não tem o glamour de nos fazer preencher fichas gigantescas no check-in, como nos hotéis!

Está aqui um manifesto para espalhar pela cidade. Copiarei este texto no meu mimeógrafo. Me despeço aqui, já que o meu relógio cuco já sinalizou que está na hora da minha radionovela favorita.

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