01
de dezembro de 2014 | N° 18000
PAULO
SANT’ANA
Elevador em queda
Fico
pensando sobre o elevador que despencou em um edifício da Avenida Borges de
Medeiros na madrugada de ontem, com nove passageiros.
Diz
a notícia que, segundo testemunhas, os nove passageiros estariam embriagados e
vinham de uma festa no terraço do prédio.
E
que pulavam, gritavam e cantavam quando o elevador despencou até abaixo do térreo.
E a
notícia fornece uma explicação técnica plausível para o despencamento do
elevador: ele tinha capacidade para até seis passageiros. E foram nove os que
despencaram.
Sempre
tive muito medo de elevador. Aquela geringonça descendo e subindo o dia
inteiro, será que não cansa dessa faina insistente?
Mas
fico pensando que despencam poucos elevadores. São milhões de viagens durante
um dia só na cidade e quase não se tem notícia de elevador despencando.
Até que
um despenca e a gente fica imaginando o perigo que corremos diariamente,
andando de elevador. Quem de nós nunca ficou preso num elevador?
Felizmente,
não morreu nenhum dos nove passageiros, mas a queda e a aterrissagem foram
vertiginosas e de impacto, tanto que, dos nove passageiros, dois tiveram
fraturas nos ossos das pernas, justamente a parte do corpo que sofreu maior
impacto.
A
notícia faz intuir que os nove estavam embriagados, pois vinham de uma festa
que houve no terraço. E cantavam e pulavam no elevador, depõem testemunhas.
Eu
fico imaginando qual foi a reação deles quando o elevador começou a despencar e
levou menos de dois segundos para aterrissar. Será que tiveram medo nesse rápido
interregno entre o despencamento e a chegada em terra firme? O que terá passado
pelas cabeças deles nesses menos de dois segundos?
Todo
elevador traz uma placa no seu interior, fixando a capacidade dele para
suportar o peso de transporte.
Um
dia, entrei num elevador em que os outros 11 passageiros eram gordos, pareciam
ter vindo de um concurso para Rei Momo. E fiquei pensando que a capacidade máxima
do elevador era de 12 pessoas, mas quem assim a fixou deve ter calculado o peso
médio de cada passageiro em 75 quilos. E nenhum daqueles 11 gordos que me
acompanhavam na viagem tinha menos de 95 quilos.
Confesso
que tive medo e, se não estivesse lá atrás no elevador lotado, teria pedido
para descer e não fazer a viagem arriscada.
Mas,
com todos esses problemas, insisto que são poucos os elevadores que despencam,
menos até que os aviões que caem em meio aos voos.
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