quinta-feira, 7 de agosto de 2014


Edtorial ZH
07 de agosto de 2014 | N° 17883

ECONOMIA VEÍCULOS EM RITMO LENTO

Produção e venda de carros despencam

FOI O PIOR JULHO para o setor automotivo nos últimos oito anos, e empresas vão dar férias coletivas para reduzir estoques. Com aumento da oferta de crédito, expectativa da associação das montadoras é de um segundo semestre de recuperação

Mercado interno fraco, crédito escasso e queda nas exportações levaram a produção e as vendas de veículos ao o pior julho desde 2006.

No mês passado, foram fabricados 252,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil, segundo a Anfavea, associação das montadoras. O número representa queda de 20,5% na comparação com julho de 2013. De janeiro a julho, a produção soma 1,82 milhão de veículos, recuo de 17,4% em relação a igual período do ano passado.

As vendas de veículos novos recuaram 13,9%, para 294,8 mil unidades, em julho, em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2014, a redução alcança 8,6%.

Com o fim da Copa do Mundo (e maior quantidade de dias úteis), o setor teve desempenho melhor do que em junho. Presidente da Anfavea, Luiz Moan avalia que o segundo semestre será de retomada. O principal motivo são as medidas anunciadas pelo Banco Central, no fim de julho, para aumentar a oferta de crédito na economia em R$ 45 bilhões.

– Acreditamos que seremos beneficiados pela melhora da economia como um todo – disse Moan.

Contudo, em razão do resultado ainda ruim, algumas montadoras preparam novas rodadas de afastamento de funcionários. A Fiat vai conceder férias coletivas entre os próximos dias 11 e 20, quando produzirá cerca de 10 mil veículos a menos.

A Ford vai adotar a mesma medida, principalmente na fábrica de Taubaté, no interior paulista. A General Motors já avisou aos sindicatos que haverá suspensão temporária de contrato de trabalho na unidade de São José dos Campos (SP). Um dos principais sindicatos do setor, o Sindipeças, já distribui panfletos nas fábricas, para lembrar aos trabalhadores os direitos em casos de afastamento temporário (layoff).


Com extensa cadeia de fornecedores, o mau desempenho do setor automotivo impactou a indústria. Segundo o IBGE, fábricas de 11 dos 14 locais pesquisados produziram menos em junho. As quedas mais acentuadas foram no Amazonas e no Paraná. No Rio Grande do Sul, a redução foi de 2,3%, a quarta seguida, pior do que média.

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