05
de agosto de 2014 | N° 17881
ARTIGOS
ZH
LIXÕES A CÉU ABERTO. DE QUEM É A
CULPA?
De
quem é a culpa, afinal? Dos governos, da população, dos políticos que aprovam
leis que nem sequer leram?
O
lixo é produzido pelo cidadão que nem mesmo separa, em sua casa, o que é
orgânico do que é seco. Sem falar dos que jogam lixo na rua, sem o mínimo
resquício de civilidade! Portanto, nós todos somos culpados.
É
certo que há omissão dos governos municipais. Saneamento nunca foi prioridade
neste país. Eles se queixam, e com razão, de que tudo cai nas costas dos
prefeitos. A maior fatia da arrecadação dos impostos vai para Brasília. E cada
vez mais as obrigações estão no município, a ponta frágil da pirâmide
governamental.
Mas
quando há esforço para um planejamento mais racional – como agora, com a
conclusão do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e a elaboração do Plano
Estadual de Resíduos Sólidos (PERS-RS) –, percebe-se a falta de empenho em
debater o problema.
Nas
10 audiências regionais realizadas no Estado, entre junho e julho, com ampla
divulgação e a participação de muita gente preocupada com o problema, menos de
30% dos municípios estiveram presentes, e até em sedes municipais das
audiências o prefeito não compareceu!
É
compreensível que municípios pequenos tenham dificuldade em deslocar
especialistas para ficar um dia inteiro debatendo e procurando solução para a
questão dos resíduos. E muitos destes participaram mostrando que é possível
achar soluções. Foram os grandes municípios, onde a questão é mais grave, que
não compareceram nem para reclamar pela falta de recursos e impossibilidade de
atender aos prazos.
E o
que dizer dos vereadores, deputados e senadores? Provavelmente, a maior parte
nem ouviu falar nos Planos e nem lembra o teor das leis que ajudou a aprovar!
Sendo
assim, cada um tem de carregar o seu pedacinho de culpa. Não adianta, agora,
querer despejar tudo na conta dos municípios. É hora de um esforço conjunto
para mudar essa cultura de que a rua é a lixeira de todos.
CECY
OLIVEIRA Jornalista
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