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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
01 de fevereiro de 2011 | N° 16598
PAULO SANT’ANA
Os três filósofos
Sócrates e Platão foram os maiores filósofos da humanidade.
Platão foi discípulo de Sócrates.
Sócrates pegou a filosofia, adornou-a, e enviou-a para o céu.
Platão foi até o céu, apanhou a filosofia, lapidou-a, e devolveu-a para a Terra.
Durante uma rara folga minha na Copa do Mundo de 1998, em Paris, fui passear no Bois de Boulogne, o mais famoso parque parisiense.
Fazia um sol refulgente, ainda que à tardinha. Eu caminhava entre as árvores quando avistei sentados em um banco, em animado bate-papo, Sócrates e Platão.
Os dois falaram ao mesmo tempo quando me avistaram: “Senta-te conosco, Pablo, aqui tu és um igual”.
Conversamos durante três horas, passamos a limpo a caminhada do homem sobre a Terra.
A nossa parceria tríplice era tão encorpada naquele banco do Bois, que passou por nós Sigmund Freud e nós três não o chamamos.
Talvez só fosse chamado por, nós se passasse por ali, o William Shakespeare. Sem dúvida que ele talvez fosse o único ser terrestre que enriqueceria aquela nossa conversa.
Quando nos despedimos, Sócrates ainda me disse: “Pablo, que surpresa tu foste para nós, eu e Platão tínhamos concluído que nossa obra estava incompleta. Tu a completaste. Agora voltamos realizados para a posteridade”.
Por falar em gênios, nunca vi um pai e um filho gênios. Ou seja, um filho nunca imita o gênio de um pai.
Haja vista Elis Regina e Maria Rita. É de chorar a diferença.
A única exceção a essa regra talvez seja Domingos da Guia e Ademir da Guia. Assisti ao segundo jogar e classifiquei-o como um gênio. O primeiro foi considerado um gênio por seus contemporâneos.
Mas filho de gênio nunca sai gênio. A prova é que o filho do Pelé, Edinho, era goleiro e não passava de um frangueiro. Os filhos de Garrincha não sabiam nem fazer balõezinhos.
Eu não queria ser filho de um gênio, baixaria sobre mim a maldição da mediocridade.
Ainda bem que não sou gênio. Se o fosse, meus filhos não teriam chance de se sobressair na vida.
Estava eu, esses dias, debaixo de rigoroso sol na Praia Mansa, em Punta del Este, junto com o Fernando Ernesto Corrêa e seu filho de 15 anos, o Ramiro.
Enquanto os dois conversavam, eu mentalmente fui criando alguns aforismos em versos. Ei-los:
Todo amor que nasce, um dia requiescat in pace.
Todo amante que não chora, um dia se estupora.
Todo amor que não aflora, logo se deteriora.
Todo amor que termina, seguiu a sina.
Todo amor que surge, um dia se insurge.
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