Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
13 de janeiro de 2011 | N° 16579
PAULO SANT’ANA
Obra de Santa Engrácia
Há obras cujas pedras fundamentais já foram lançadas e iniciadas suas construções, mas cujas conclusões são ansiosamente aguardadas pelos gaúchos: a duplicação da BR-101; o estádio Arena do Grêmio; a reforma do fumódromo de Zero Hora.
Há 20 dias, foi interditado o fumódromo de Zero Hora para obras de ampliação e aperfeiçoamento.
Até agora, embora não se veja do lado de fora nenhuma movimentação no interior, nada de ser reentregue aos seus frequentadores o fumódromo.
Há especulações de que o fumódromo de ZH venha a ser pronto e entregue a tempo da realização da Copa do Mundo de 2014.
Uma prova de que os burocratas não consideram o fumódromo essencial para o trânsito de ideias que anima as edições de um jornal é que foi interditado abruptamente o fumódromo sem que qualquer lugar improvisado para a prática do tabagismo tenha sido providenciado para substituí-lo enquanto durarem as obras de reparação.
Foi o mesmo que, caso fosse interditada a Redação, não se providenciasse um local para em seu lugar ser feito o jornal.
E que se ralassem os usuários do fumódromo, que estão tontos pelos corredores, pelo bar e pelas toaletes, sem saber onde exercitar o seu abominável vício: esses dias, encontrei um repórter fumando escondido na sala do ambulatório médico.
Como consumo oito cigarros enquanto estou escrevendo uma só coluna, sou obrigado a deixar o computador oito vezes por dia, enquanto há a interdição, e me dirigir para as calçadas ou da Avenida Ipiranga ou da Avenida Erico Verissimo, onde ainda posso fumar, o que penso muito em breve também não me será permitido.
Acontece que, enquanto fumo na calçada da avenida, fico, é lógico, exposto à visitação pública dos transeuntes.
Não posso fumar descansado, os passantes me abordam para conversar e pedir autógrafos.
Como desço para a rua oito vezes por dia para fumar e sou sufocado pelas pessoas que me pedem autógrafos, a cada cigarro interrompido pelos fãs na rua correspondem cerca de 50 minutos de atendimento ao público.
Pelo que, estou gastando há 20 dias oito horas por cada coluna que escrevo: um desperdício lastimável de tempo.
Como a parede que separa o fumódromo do corredor é de vidros transparentes, nota-se aqui de fora que o fumódromo está pronto: foram colocadas mais cinco poltronas, além das quatro que já existiam, somando nove confortáveis lugares para os fumantes, foi adquirida uma linda mesa de suporte para o telefone, novo aparelho de ar condicionado, um piso novo e rutilante.
Mas nada de abrirem o fumódromo e franquearem-no para os fumantes.
Chaveado. É proibido entrar. Parece estar se verificando um excêntrico sadismo, tudo pronto para fumar, mas não se pode fumar ainda.
A burocracia parece não entender que a compulsão pelo vício é inadiável.
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