sexta-feira, 13 de junho de 2008



13 de junho de 2008
N° 15631 - Liberato Vieira da Cunha


Três anos sem fumar

Acabei de completar três anos sem fumar. E, por uma dessas coincidências que só comigo acontecem, redescobri ao acaso velhas anotações de uma caderneta da época em que tirava cursos para me divorciar do cigarro.

A Organização Mundial da Saúde garante que, de cada três fumantes, um morrerá por doenças causadas pelo tabaco.

De cada 15 pessoas que morrem de infarto, com menos de 45 anos, 14 são fumantes. 90% dos cânceres pulmonares são fatais e estão relacionados ao fumo.

70 anos é a vida média dos não-fumantes nos Estados Unidos. 48 anos é a vida média dos fumantes de duas carteiras por dia.

Uma ou duas de cada três pessoas que morrem entre os 35 e os 59 anos não teriam morrido se não fossem fumantes.

80% dos cânceres existentes são fatais e, na maioria dos casos, estão relacionados ao fumo.

840 vezes maior concentração de monóxido de carbono é diagnosticada na fumaça de um cigarro do que o máximo permitido nas indústrias. 4.720 substâncias prejudiciais à saúde são encontradas em cada cigarro.

Tudo isso é impressionante, mas devo confessar que só apaguei meu último cigarro quando um acidente de percurso me pôs nocaute em um hospital.

Ao sair, com mais sorte do que juízo, apostei comigo mesmo que jamais levaria aos lábios um único cigarro. Venho ganhando esse jogo desde então.

A renúncia não foi fácil, entre outras sólidas razões porque só conseguia escrever depois de disparar para o cérebro uma dose de nicotina, substância que, para quem não sabe, causa mais dependência do que a cocaína. O fumo foi um rio que passou em minha vida.

Depois que o atravessei, aromas e sabores me retornaram, meu coração se aquietou e me volveu o apetite pelo simples ato de existir. Pensando bem, não é pouco.

Ótima sexta-feira e um excelente fim de semana para todos nós.

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