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quinta-feira, 5 de junho de 2008
05 de junho de 2008
N° 15623 - Luiz Pilla Vares
O épico e o trágico
É lugar-comum afirmar-se que o futebol é uma metáfora da vida. Mas o futebol, o grande futebol, é também uma metáfora da arte.
E o maior exemplo disso foi a inesquecível partida que decidiu o título da Copa dos Campeões da Europa entre dois times ingleses, o Manchester United e o Chelsea. Houve de tudo no belo estádio de Moscou, todos os ingredientes de um drama, chuva, rostos ensangüentados, tabefes, choro convulsivo, alegria incontida.
A partida terminou com o empate de 1 x 1 no tempo regulamentar. Foi para a prorrogação encerrada em 0 x 0 e para dar o tom épico ao jogo a decisão acabou nos pênaltis. Foi quando se acumularam os elementos únicos da epopéia e da tragédia.
Todos eles: a fatalidade, a vitória dos "diabos vermelhos" do Manchester, épicos na obstinação em vencer, e, finalmente, o destino - ah, o destino - , no momento trágico dos "azuis" do Chelsea. Como se os deuses decidissem tudo.
Foi bem assim, no mesmo dia o épico de um lado e a tragédia de outro. Uma história para ser contada por anos e anos. Um privilégio para quem viu a partida inesquecível (e eu fui um deles).
É claro que esta não é uma crônica de futebol, mas sobre momentos únicos que revelam as razões pelas quais este esporte se tornou uma paixão mundial, capaz de igualar na emoção os fleumáticos ingleses e os românticos latino-americanos, os russos e os africanos, os alemães e os italianos, os franceses e os árabes.
Só os estadunidenses ainda não se curvaram ao futebol (que eles chamam de "soccer"). Mas se tivessem visto a decisão entre Manchester United e Chelsea creio que mudariam de preferência esportiva.
O destino - elemento essencial na tragédia: Terry, capitão do Chelsea e da Seleção Inglesa, era um dos melhores jogadores na partida memorável. Na prorrogação, salvara um gol certo dos "Diabos Vermelhos" na linha fatal. Coube a ele, na dramática decisão por pênaltis, o último chute da primeira série.
Estava nos seus pés a vitória do Chelsea, mas o grande capitão escorregou no momento decisivo, errou, e a vitória escapou dos "azuis" londrinos. No final, enquanto os vermelhos celebravam a epopéia, o rosto de Terry, num choro convulsivo, era a própria máscara da tragédia, a rendição do homem ante o destino inexorável. São as grandes lições do futebol.
Existem partidas - e são poucas - que podem resumir os grandes dramas da humanidade, os dramas que a perseguem desde que se tornou consciente de si mesma. Manchester e Chelsea foi uma delas. Brasil e Uruguai na longínqua década de 50 foi outra.
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