sexta-feira, 7 de março de 2008



07 de março de 2008
N° 15533 - Paulo Sant'ana


Pau neles!

Finalmente, o rigor da lei se derrubou implacável sobre o abandono, o desprezo e o desrespeito das agências bancárias de Porto Alegre para com seus clientes.

A Secretaria Municipal da Indústria e Comércio interditou (fechou) ontem, por dois dias úteis, a agência do Banco do Brasil da Avenida Assis Brasil por ter ultrapassado, sucessivas vezes, o prazo máximo razoável para atender seus clientes.

Esta notícia chega como um pequeno bálsamo para as pessoas, multidões, que ficam quarando durante uma hora, hora e meia, esperando torturadamente diante dos caixas, em filas intermináveis.

Há um caso de uma mulher que deu à luz uma criança esperando na fila de uma agência na Cavalhada.

Desaforo. Os bancos sugam ótima parte da riqueza dos brasileiros com suas taxas carnívoras e juros escorchantes.

Pois que continuem sugando. Mas pelo menos atendam seus clientes como manda a lei municipal: em até 15 minutos nos dias normais e até 20 minutos nas vésperas de feriados e dias de pagamento de extensas folhas.

Esse é o prazo máximo de uma espera civilizada.

Parabéns à Smic por ter autuado com interdição de atividades, finalmente, um banco. Depois de várias multas. Os bancos nem se coçam com as multas, eles são bilionários.

Mas se a Smic continuar a fechar as agências, os bancos vão sentir no nervo primal a extensão da selvageria que eles cometem com os velhos, com as grávidas e com todas as pessoas que têm mais o que fazer que esperar nas filas.

E agora me chega a notícia de que mais três agências foram fechadas pela Smic ontem (Santander da Riachuelo, Caixa Econômica Federal da Andradas e Banrisul da Otávio Rocha).

Parabéns à Smic.

Pau neles!

Além do suplício medieval a que são submetidos os clientes dos bancos porto-alegrenses, cumpre destacar igual sofrimento dos bancários, os que atendem nas agências superlotadas.

Sobre eles se derruba toda a impaciência e o mau humor dos clientes, por causa da demora injustificável. E eles, sem nenhuma culpa, são alvos de irritações que beiram às vezes a violência (verbal e física), tanto que são sem conta as agressões sofridas pelos bancários no auge do excesso de espera nas filas.

Desaforo. Têm de ser punidos esses atrevidos bancos. Para que aprendam que não podem ficar impunes os que espezinham os cidadãos, os que amargam a vida do povo, tripudiando sobre ele.

Fazer uma pessoa, velha ou moça, doente ou saudável, esperar uma hora numa fila de banco é decretar que não têm eles, os verdugos da paciência popular, medo dos atos do Estado e dos governos.

Pau neles!

O prefeito Fogaça não tem coragem política de cercar os parques e as praças. Mas pelo menos teve a ousadia intrépida de multar os bancos.

O divisor de águas do Partido dos Trabalhadores foi o mensalão. Existe um PT de antes e outro PT de depois do mensalão. Salvou-se, apesar do mensalão, a maior parte do PT imaculado moralmente.

E justiça seja feita a Miguel Rossetto, atual candidato a candidato do PT à prefeitura de Porto Alegre: ele não tentou encobrir os que estavam envolvidos no mensalão. Rossetto não se igualou aos mensaleiros ao tentar minimizar a infração deles.

Corre sério risco quem lançar como candidato oficial de seu partido alguém que consentiu com o mensalão.

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