Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
terça-feira, 18 de março de 2008
18 de março de 2008
N° 15544 - Moacyr Scliar
A hora do peixe
Peixe na Semana Santa: está aí uma antiga e muito simbólica tradição. Na trajetória de Jesus o peixe aparece muitas vezes: a pesca milagrosa, a multiplicação dos peixes. São Pedro era pescador, e Jesus prediz que ele virá a pescar almas.
Os primeiros cristãos identificavam-se através da figura estilizada do peixe, desenhada na palma da mão ou na soleira da porta, isto porque em grego a palavra peixe, Ichthys, é o anagrama da expressão Iesous Christos Theou Hyios Soter, que em grego quer dizer: Jesus Cristo Filho de Deus, Salvador.
Mais: habitante das águas, da profundidade, o peixe, que não emite ruídos, vive num mundo de mistério e de transcendência. Como dizem os versos de Fernando Pessoa: "Deus ao mar o perigo e o abismo deu/ mas nele é que espelhou o Céu".
A esta dimensão espiritual a medicina recentemente agregou um aspecto prático, a recomendação de que peixe faz bem à saúde.
Isto por causa dos ômega-3, grupo de substâncias que baixam a pressão sangüínea, melhoram as condições do aparelho cardiovascular, reduzem os riscos de depressão e de declínio mental, beneficiando também o desenvolvimento cerebral dos bebês em gestação.
Ômega-3 a gente encontra sobretudo para peixes sólidos e oleosos, salmão, sardinha, arenque, atum. Sim, existe algum risco de contaminação por mercúrio, que no Brasil ocorre mais nas regiões onde há mineração (Amazônia, Centro-Oeste), mas que em geral só ocorre numas poucas espécies, como o peixe-espada.
Vivendo num país de extenso litoral e enormes bacias hidrográficas, o brasileiro surpreendentemente consome pouco peixe. Numa recente enquete, só 12% das pessoas disseram fazê-lo rotineiramente.
São apenas sete quilos de peixe por habitante/ano, bem menos do que os 12 quilos aconselhados pela Organização Mundial de Saúde e bem abaixo da média mundial de 16 quilos por pessoa/ano. No Rio Grande do Sul, o consumo estimado é ainda menor: quatro a cinco quilos por pessoa.
Por que gaúcho não come peixe? Em primeiro lugar porque, tirando a zona litorânea, não temos mesmo muito pescado. Além disso, carne, para gaúcho, é a sangrenta carne de gado, que além do mais oportuniza todo aquele ritual que é o churrasco.
Mas isto dá uma certa culpa, de modo que o pessoal se reabilita, ao menos transitoriamente, na Feira do Peixe, na Páscoa. E aqui vai uma sugestão: que tal transformar este período no passo inicial para uma mudança de dieta que pode ser muito benéfica?
Não fujam do peixe. Ou vocês vão querer que o peixe vá atrás de vocês, como foi atrás do profeta Jonas? Prodígios acontecem, mas só nas páginas da Bíblia.
Quinze anos do Manhattan Connection: 15 anos de um programa inteligente e bem conduzido. E uma oportunidade para lembrar esta fantástica figura que foi o Paulo Francis.
Nada como a fama. Semana passada embarquei num vôo Rio-Porto Alegre. Quando entrei, o comissário me olhou e disse: "Eu sei quem o senhor é. O senhor é aquele escritor famoso". Uma pausa e ele anunciou: "Paulo Coelho!"
Essa vai para o meu currículo.
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