segunda-feira, 17 de março de 2008



17 de março de 2008
N° 15543 - Kledir Ramil


Coisas estranhas

Nosso dia-a-dia é cheio de coisas estranhas. Coisas com as quais nos acostumamos a conviver, mas se formos pensar direito, parecem de outro mundo. Apesar de nós mesmos termos inventado ou descoberto.

Eletricidade - é a prova de que Deus existe, ou pelo menos de que "há muito mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia". Não se vê, não se ouve e não tem cheiro, ou seja, é um negócio sobrenatural. Você só descobre o que é a eletricidade quando enfia os dois dedos na tomada e sente uma força poderosa, que queima até a raiz dos cabelos.

Lâmpada - um bulbo de vidro, com uma pequena resistência em forma de mola, que ao ficar incandescente ilumina tudo à sua volta. Não me pergunte como. Pra mim, é coisa do além.

Telefone celular - aparelho que toca musiquinhas chatas, em alto volume. Serve para tirar fotografias, escutar mp3, enviar torpedos e compartilhar seus problemas pessoais com as pessoas à sua aolta. Ah, e também para conversar com os outros, à distância.

Saca-rolhas - um pedaço de ferro retorcido, imitando um rabo de porco, que serve para abrir garrafas de vinho. O homem já inventou coisas admiráveis, no entanto o vinho continua sendo tampado com uma bucha de cortiça e destampado com um parafuso. Deve ser por uma questão sentimental. Ou talvez esteja aí o segredo de certos bouquets e sabores. Detalhe para o saca-rolhas de canhoto, com a espiral pro outro lado.

Elevador - caixa grande, cheia de botões, usada para carregar verticalmente pessoas de um andar a outro. Substitui, com vantagens, a escada, desde que haja energia elétrica.

Porta automática - um tipo de porta inteligente que percebe que você chegou e quer entrar. Ou sair. É uma evolução do famoso portão da caverna dos tesouros de Ali Babá, que funcionava ao comando da frase mágica: abre-te Sésamo!

Internet - entidade abstrata que cresce de forma assustadora e descontrolada. Há teorias que sustentam que é um vírus de origem alienígena.

Computador - máquina de escrever que também serve para jogar paciência. O grande prejuízo é que, ao escrever, o computador não imprime automaticamente cada letra. Você precisa primeiro terminar o serviço. Depois, vai necessitar um outro equipamento para fazer essa função. Claro, você terá que comprar uma impressora.

Mas o pior não é isso, é o preço do cartucho de tinta que é preciso trocar o tempo todo. Mais uma armadilha do mercado de consumo, por sua vez, uma das coisas mais estranhas inventada pelo homem.

Ótima segunda-feira e uma excelente semana santa. Prepare-se para o coelhinho no domingo

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