quarta-feira, 19 de maio de 2021


19 DE MAIO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

O TESTE DO NOVO MODELO

Nada melhor para avaliar um modelo do que submetê-lo à prática e à vida real. É o que acontecerá agora com o sistema 3As de monitoramento do governo gaúcho, substituto do anterior, de bandeiras, que sucumbiu diante de uma série de resistências, críticas e dificuldades de compreensão. Com novos sinais preocupantes em alguns pontos do Estado, foram ontem emitidos alertas para cinco regiões, em virtude de números que mostram o agravamento da pandemia, expressado em crescimento de casos e maior pressão no sistema hospitalar. Chega a hora, portanto, do teste do novo modelo, que prevê as fases de aviso, alerta e ação.

Será possível observar agora especialmente a adesão das prefeituras à nova estratégia, após queixas de pouca autonomia e participação no sistema extinto. Os municípios passaram a ter, a partir de ontem, 48 horas para informar de forma precisa o quadro da covid-19 em suas cidades e anunciar uma proposta com medidas restritivas e de fiscalização para deter a marcha dos contágios, evitando que a situação se deteriore ainda mais. Espera-se, assim, que os planos apresentados sejam robustos e compatíveis com o panorama epidemiológico para serem referendados pelo gabinete de crise e colocados prontamente em prática e seguidos de forma rígida por toda a sociedade local.

Caso as iniciativas sejam consideradas insuficientes pelo Palácio Piratini, será essencial que o governo Eduardo Leite, de fato e como prometido, imponha mais ações, reforçando o terceiro "A" do sistema. Sob pena de começar a cair em descrédito, o que seria péssimo para o Rio Grande do Sul em sua tentativa de gerenciar a pandemia. Outras sete regiões receberam avisos, o primeiro "A" do novo modelo, e assim terão de redobrar o cuidado com os indicadores. Embora seja um estágio inferior quanto à gravidade, precisa ser encarado com atenção, para evitar uma indesejável piora na situação.

O novo modelo do governo gaúcho, apresentado na sexta-feira, é fruto de semanas de debates, análises de especialistas e tratativas políticas para abarcar questões técnicas e garantir maior aceitação por parte de gestores locais, empresários e população. Se os indicadores mostram piora em índices em algumas regiões, esta é a hora de agir para evitar a repetição do drama testemunhado especialmente em março, com UTIs superlotadas e mortes evitáveis. Almeja-se que as regras sejam aceitas, postas em prática e os protocolos funcionem, preservando a saúde e, dentro do possível, as atividades econômicas. É o único caminho possível, ao lado da responsabilidade individual, enquanto se espera que a vacinação ganhe ritmo mais adequado e, no Estado, no país e no mundo, a pandemia seja finalmente suplantada.

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