domingo, 26 de março de 2023


23 DE MARÇO DE 2023
ARTIGOS

O G DO ESG

A sigla ESG não é novidade. Muito se tem escutado e lido sobre a importância das práticas de ESG para a sustentabilidade dos negócios. Assuntos relacionados ao meio ambiente, questões sociais e de impacto - com a sua merecida relevância - estão sendo tratados pelos diversos nichos da sociedade, de modo que as empresas passaram a implementar, revisar e readaptar suas políticas nessas áreas com o intuito de vincular suas atuações às ditas melhores práticas de ESG. Entretanto, para aqueles que lidam com o "G" - parte da sigla voltada às práticas de governança -, já há uma percepção de que o assunto tem recebido menor importância.

O ano se iniciou com indicações sobre eventual mudança da Lei das Estatais - dispositivo legal que impôs regras específicas sobre governança corporativa às empresas públicas -, bem como com casos corporativos que questionam práticas de governança adotadas. Embora recente, 2023 já se mostrou um ano de teste para a governança corporativa, sinalizando que as empresas deverão olhar para a tão afastada letra "G" com mais apreço.

A implementação de práticas de governança corporativa não está limitada à forma de composição da administração, com estruturação de conselhos e comitês; o trabalho vai além disso, busca enraizar na cultura das empresas (independente do seu porte) práticas que atentem para as competências de cada órgão, afastando potenciais conflitos de interesse. A verificação de uma boa governança não corresponde, necessariamente, a uma estrutura robusta, constituída por conselhos e comitês (entre outros), e sim à forma fática de agir daquela instituição no seu dia a dia. Assim, fica o convite ao mundo corporativo para olhar com cuidado a sua governança, lembrando que a sustentabilidade e a perenidade, que tanto são buscadas com a implementação de práticas de ESG, passam por uma sólida e verdadeira governança corporativa.

No decorrer do ano, ficaremos felizes ao perceber que os casos de governança corporativa são mais fáticos e verdadeiros - mesmo que embrionários - do que marqueteiros, usados apenas como discurso.

Nenhum comentário: