Novo hospital de R$ 400 milhões

Ao apresentar o projeto de lei que estabelece igualdade salarial para homens e mulheres que exerçam a mesma função no trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de destacar a obrigatoriedade da medida. Embora seja necessária, ainda é regra fácil de burlar. Basta minúscula mudança no famoso "job description" - atividades que cada cargo abrange - para criar explicações a remunerações diferentes.

Ainda assim, é um passo importante em um país que engatinha para diminuir o abismo entre homens e mulheres no mercado de trabalho, a despeito dos avanços das últimas décadas.

O levantamento global da PwC Women in Work Index 2023 mostra que o ritmo de crescimento da equidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho ainda não atingiu o nível pré-pandemia. E a diferença salarial por gênero avançou 0,6%, chegando a 13,8% - em países com legislação pró-equidade muito mais avançada do que no Brasil, por envolver apenas os integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Conforme o estudo, com base na atual disparidade e nas taxas históricas de avanço, seriam necessários 50 anos para obter paridade no países analisados, que têm situação média melhor do que a do Brasil. E o mercado nacional enfrenta dificuldades, afirma a diretora da PwC Brasil, Camila Cinquetti:

- Observamos crescimento em representatividade de 5,9% ao ano na liderança feminina geral e 7,6% ao ano na executiva (CEOs, vice-presidente e diretores) entre 2013 e 2019. A partir da pandemia, houve involução drástica, retornando a patamares de 10 anos atrás.

Com a inauguração da reforma da Torre I, a Unimed Vale dos Sinos entrega hoje seu complexo hospitalar na região, com investimento de R$ 378 milhões. A ambição é transformá-lo em referência nas áreas materno-infantil, hemodiálise, hemodinâmica e oncologia.

O complexo tem 40 mil m2, 10 salas cirúrgicas, duas salas de parto e 251 leitos. Segundo o presidente da Unimed Vale do Sinos, Luis Carlos Melo, a pandemia teve impacto:

- Levou quase 10 anos para conseguirmos as licenças. Quando saiu do papel, veio a pandemia. O investimento foi maior do que imaginávamos. O valor inicial girava em torno de R$ 250 milhões e chegamos a quase R$ 400 milhões. Íamos usar só recursos próprios, mas tivemos de buscar empréstimo.

Será o primeiro hospital do Interior com tecnologia de cirurgia robótica, diz Melo:

- Entre os benefícios desse método, estão maior precisão na cirurgia e menores incisões, diminuição dos riscos de sangramento e infecções, recuperação mais rápida e menor hospitalização.

E já há planos futuros, diz:

- Sempre que inauguramos um projeto, precisamos ver como o ?navio? vai se comportar navegando. Mas já posso adiantar que estamos planejando a construção de um sênior living com 130 vagas em Novo Hamburgo.

MARTA SFREDO

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