sábado, 4 de março de 2023


04 DE MARÇO DE 2023
ONCOLOGIA

REMISSÃO NÃO É CURA

ENTENDA O TERMO RELACIONADO À ELIMINAÇÃO DO CÂNCER

Em fevereiro, circulou nas redes sociais uma foto da cantora Rita Lee, divulgada no Instagram por seu companheiro, Roberto de Carvalho. Recentemente, a artista de 75 anos passou pelo tratamento de um câncer de pulmão. Ela começou a ter sintomas, como crises respiratórias, no início de 2021, quando recebeu o diagnóstico. Em abril de 2022, o tumor foi considerado eliminado - mas no final de fevereiro Rita Lee precisou ser hospitalizada novamente.

Nesse contexto, muito tem se falado sobre a remissão do câncer, expressão normalmente atribuída a casos em que a pessoa não apresenta mais sintomas. O termo provoca certa confusão: algumas pessoas acreditam que a remissão se trata de uma fase final do tratamento do câncer.

Na verdade, é difícil dizer quando a pessoa está totalmente curada da doença, tendo em vista que ocorrem muitos casos de tumores que voltam a aparecer, mesmo após a eliminação, como ocorreu com a jornalista Glória Maria, que morreu em decorrência de metástase no cérebro após tratar um câncer de pulmão.

A probabilidade de retorno da doença diminui, mas existe

O termo "remissão" está relacionado à eliminação da doença, mas não é o mesmo que cura. De acordo com o glossário temático Controle de Câncer, publicado em 2013 pelo Ministério da Saúde, a definição correta de câncer em remissão é "diminuição ou desaparecimento de sinais ou sintomas de um câncer, comumente após a realização do tratamento proposto". O material também faz referência à remissão parcial, remissão completa e remissão espontânea da doença.

Segundo o médico William Nassib William Júnior, diretor de Oncologia Clínica e Hematologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, remissão não é um termo técnico adequado, embora seja popularmente usado.

- Apesar de estar relacionado à cura, esse termo pode ter muitos significados e provocar confusão. Para entender se a pessoa está curada, trabalhamos com a probabilidade - diz o oncologista.

Em geral, não só em casos de câncer de pulmão, os médicos indicam a probabilidade de retorno da doença, que varia de acordo com o estágio, de 1 a 4, com o tipo de câncer e com os hábitos da pessoa. É sabido que tabagistas têm maior propensão para tumor no pulmão, e pacientes que voltam a fumar após o tratamento têm mais chances de contrair a doença novamente. William acrescenta:

- A chance de um tumor retornar vai diminuindo conforme o tempo passa.

Com o câncer de pulmão, não é diferente. Mas isso não quer dizer que a pessoa está necessariamente curada. - Após cinco anos, a probabilidade de retorno do tumor no pulmão é pequena, mas ainda existe - afirma.

A pessoa passa a ter uma vida normal, mas é preciso seguir realizando os exames, conforme indicação médica.

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