Um modelo para o futuro
Coordenador do Núcleo de Tecnologia Urbana e professor titular da Faculdade de Arquitetura da UFRGS, Benamy Turkienicz cita como alternativa para a gestão de parques uma política que pode ser chamada de "territorialização do IPTU". Quando o imposto é recolhido pela prefeitura, vai para o caixa geral e a sua aplicação não é feita de forma vinculada à região da cidade em que foi arrecadado, o que tem importância por permitir investimentos maiores em regiões degradadas e empobrecidas.
A territorialização do IPTU parte do princípio de que parques como a Redenção valorizam zonas das cidades, tornam os negócios do entorno mais rentáveis e os imóveis sofrem alta na valorização. A ideia é baseada em promover uma espécie de retribuição ao parque, em razão do que ele entrega de positivo à sociedade, com a adoção de mecanismo em que uma parcela do IPTU da região seria depositada em um fundo de manutenção e melhoria do espaço público.
- Não se trata de aumentar imposto do cidadão ou do comerciante. É reverter um pouco do ganho da administração aos espaços públicos que oferecem muito à cidade - afirma Turkienicz.
Ventos do mar Construtora arremata terreno e parte dos prédios do IPA
O leilão do terreno e de prédios ociosos da conhecida instituição de ensino IPA, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, teve como vencedora a Cyrela, construtora de atuação nacional. A empresa ofereceu 28% do valor geral de vendas (VGV) dos empreendimentos que erguerá no local. Pelos cálculos, será média de R$ 190,2 milhões, mas pode chegar a R$ 272,04 milhões, caso tenha mais torres. O mínimo garantido é de R$ 133,17 milhões.
O leilão aconteceu pela modalidade "stalking horse", na qual um comprador - aqui, a Cyrela - já demonstra interesse antes, o que mostra que há pelo menos um candidato à disputa. Ou seja, o certame já começou com a proposta da construtora.
- Até houve outras pessoas no leilão, mas ofereceram valor menor do que o lance inicial - contou o leiloeiro Norton Jochims Fernandes.
A área total leiloada tem 41,4 mil metros quadrados, mas a Cyrela poderá usar apenas cerca de 26,7 mil metros quadrados, que englobam parte dos prédios e do terreno. Há uma outra fração, onde hoje ainda funciona a instituição, que, apesar de também estar sendo posta a leilão, ficará para a Associação da Igreja Metodista continuar com as atividades educacionais e religiosas. Inclusive, as aulas deste ano já começaram. São cerca de 500 alunos neste semestre e as matrículas seguem abertas. A coluna já perguntou para a Cyrela sobre os planos para a área. Em breve, noticiará aqui.
Os planos da Petrobras de avançar no mercado de energias renováveis englobam o Rio Grande do Sul. A estatal assinou uma carta de intenções com a norueguesa Equinor para ampliar os estudos de projetos de usinas eólicas offshore - instaladas fora da costa, em alto-mar, onde costuma haver maior incidência de vento, além de permitir equipamentos maiores. Dos dois parques que já estavam com projetos em análise na divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo, agora serão sete, inclusive em águas gaúchas.
Aqui no RS, as companhias vão avaliar a viabilidade técnico-econômica e ambiental para dois parques eólicos no mar, que somam 300 aerogeradores. Um deles, chamado de Atobá, fica entre Santa Vitória do Palmar e Pelotas, com 116 aerogeradores, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O outro, Ibituassu, está previsto para ser instalado próximo a Xangri-Lá, com 134 aerogeradores. Neste caso, há outras companhias interessadas na mesma área.
Os sete projetos que serão estudados em parceria da Equinor com a Petrobras têm, somados, potência de 14,5 gigawatts, um pouco mais do que a Itaipu, a terceira maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada.
GIANE GUERRA
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