Jaime Cimenti
Felipe Daiello, a História e as histórias
DIVULGAÇÃO/JC
Como
se observa nas últimas décadas do século passado e nestes primeiros anos do século
XXI, ganhou relevância a literatura de ficção que, além de apresentar fundos
históricos, apresenta detalhes turísticos, receitas culinárias, noções estéticas,
dados locais, meditações filosóficas e tantos outros elementos que vêm
cativando leitores de todos os continentes.
Ou
seja, além do prazer de ler ficção, os leitores aproveitam para agregar
conhecimentos históricos, culturais, gastronômicos e tantos outros, tornando o
hábito de ler ainda mais rico.
Os
leitores, muitas vezes, preferem os contos, novelas e romances históricos pela
dificuldade, atualmente, de encontrar obras de história que não tragam, já na
origem, tendências e orientações que fogem dos rigores científicos.
Felipe
Daiello, engenheiro, professor, empresário e escritor, há pouco nos apresentou
a coletânea de contos As rodas da fortuna (AGE, 288 páginas), seu décimo livro,
no qual trabalha histórias nas quais a História e muitos elementos dela figuram
em meio aos elementos ficcionais. Na apresentação, o poeta, tradutor e
professor Armindo Trevisan escreveu: “a história, cujos lances Daiello faz
reviver com seus episódios, escritos num estilo comunicativo e ágil, acaba
convertendo-se em amável convite para percorrer léguas e léguas da História em
si, como as poderia percorrer um turista com sensibilidade aos aspectos das
paisagens, aos mil e um incidentes da jornada, e até aos sortilégios das Mil e
uma noites do Oriente”.
Depois
da fase de livros infantis, depois dos contos eróticos para mulheres - Os
segredos da fechadura - o escritor andava trilhando caminhos que pareciam
rotineiros, os azares da Bolsa de Valores, os riscos do mercado de renda variável
e tal. Mas uma visita ao Cemitério Megalítico, na Irlanda do Norte, um dos mais
antigos do mundo, mudou o processo de criação inicial.
As 16
narrativas de As rodas da fortuna se iniciam com A espiral da eternidade, história
que começa às margens do Laffey, córrego que envolvia a pequena povoação e onde
vivia Sheemah, discípulo de Armahay. O último conto do volume, Huguenotes: mestres
artesões ficcionaliza as terríveis perseguições que sofreram os huguenotes,
especialmente a partir de 1550, na França, onde os protestantes franceses
passaram as maltratá-los.
As
demais narrativas trazem cenários romanos, egípcios, vikings, Gênova, Firenze,
Lisboa, Rota do Incenso e outros que marcaram a humanidade. Enfim, nas páginas
da obra, os leitores poderão apreciar boa ficção e, ao mesmo tempo, conhecer
muito de história, cultura, hábitos e cenários de vários pontos do mundo.
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