quinta-feira, 21 de maio de 2015


21 de maio de 2015 | N° 18169
EDITORIAIS ZH

PARCERIA ESTRATÉGICA

Muitos dos 35 acordos bilaterais entre Brasil e China, num total de US$ 53 bilhões, ainda levarão algum tempo para se transformar em ganhos concretos. De imediato, por exemplo, há a reabertura do mercado de carne bovina, a confirmação da venda de jatos da Embraer e o empréstimo à Petrobras.

A extensão dos acertos, porém, vai muito além, incluindo investimentos em diferentes áreas e financiamentos para obras em setores que vão da infraestrutura à habitação, o que representa um alento em meio à crise econômica e de confiança enfrentada pelo país. Governo e iniciativa privada precisam agora se mostrar capazes de aproveitar essa oportunidade histórica, assegurando resultados concretos no devido tempo.

Segunda maior economia do mundo, a China vem se destacando pelo potencial de parcerias com países como Rússia e Índia, além de muitos outros pertencentes ao continente africano. No caso brasileiro, um dos aspectos positivos é o de os acordos envolverem tanto o setor público quanto o privado, reforçando a perspectiva de o país deixar de se limitar às exportações de minério de ferro para o gigante asiático.

A China tem um notável mercado consumidor e ostenta taxas de crescimento econômico invejáveis. Constitui-se, por isso, no parceiro estratégico desejado por qualquer país que dependa da exportação para equilibrar suas contas.


Os acordos com a China são importantes, mas não podem ser encarados como solução para todos os problemas: o Brasil precisa continuar levando adiante o ajuste fiscal e deve se conscientizar de que uma parceria comercial desta dimensão só traz os resultados esperados se for confirmada com trabalho, seriedade, produtos e serviços qualificados e, o mais importante, rigorosa reciprocidade.

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