27
de maio de 2015 | N° 18175
EDITORIAL
IMIGRAÇÃO ORGANIZADA É MAIS HUMANITÁRIA
Um
país formado por imigrantes não pode negar receptividade humanitária para
estrangeiros que buscam sobrevivência e vida digna em seu território, mas para
garantir uma acolhida eficaz é preciso de um mínimo de organização.
A
chegada crescente de haitianos e africanos exige uma política de imigração
clara e transparente, além de mobilização efetiva das autoridades para que a
legislação seja cumprida e para que os migrantes tenham oportunidades efetivas
e não venham apenas engrossar o cinturão de miséria que cerca as grandes
cidades brasileiras.
Trata-se
de um tema complexo, que não pode ser encarado com simplificações. Em primeiro
lugar, é urgente acionar os mecanismos diplomáticos internacionais e os
organismos policiais para controlar o tráfico humano e a clandestinidade. Para
tanto, o ingresso de estrangeiros nas fronteiras brasileiras precisa ser
efetivamente fiscalizado – evidentemente, sob a ótica de respeito aos direitos
humanos, mas também de combate ao crime.
Outras
preocupações devem ser evitar que os estrangeiros sejam jogados de um lado para
o outro e também fiscalizar as relações trabalhistas para que não sejam
explorados por empregadores inescrupulosos. Se as autoridades e lideranças da
sociedade não agirem logo, com organização e não com improvisos, poderá crescer
o já latente sentimento de rejeição e xenofobia que começa a aflorar nas redes
sociais, num momento em que muitos brasileiros também se preocupam com o
desemprego e com a deterioração das condições de vida no país.
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