sexta-feira, 2 de janeiro de 2015


02 de janeiro de 2015 | N° 18030
OLHAR GLOBAL | Luiz Antônio Araujo

Aquela ponte em Selma

Habitantes da cidadezinha de Selma, no Alabama, receberão um afago do estúdio Paramount na sexta-feira. Responsável pela distribuição do filme de Ava DuVernay que leva o mesmo nome do lugarejo, o gigante de Hollywood propiciará uma sessão gratuita do longa para o público local. Selma, o filme, é inspirado nas marchas pelos direitos civis protagonizadas na cidade pelo reverendo Martin Luther King Jr., que completarão 50 anos em março.

Enfrentando a polícia, a Ku Klux Klan e racistas avulsos, King e seus companheiros abriram caminho para a promulgação da Lei dos Direitos Civis pelo presidente Lyndon B. Johnson.

Selma é a primeira produção hollywoodiana a apresentar Luther King como personagem principal – até mesmo seu antípoda, o radical Malcolm X, já merecera uma cinebiografia. Mas não foi o retrato de King, vivido por David Oyelowo, que rendeu as mais pesadas críticas a Selma, e sim o de Johnson. Especialistas deploram a apresentação do presidente como signatário relutante da lei que aboliu a segregação racial e responsável pela espionagem do FBI contra o reverendo.


Na cerimônia de posse de Barack Obama, em 2009, o militante dos direitos civis John Lewis disse que o novo presidente era “o que estava do outro lado daquela ponte em Selma”, referindo-se a um sangrento episódio de março de 1965. O filme antecipa as controvérsias que certamente terão lugar no aniversário de 50 anos das marchas.

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