22
de outubro de 2014 | N° 17960
EDITORIAIS
ZH
A LEI E A VIDA
Tirar
a farda, no caso, não significa rendição. Embora seja um reconhecimento de que
a criminalidade se expandiu acima da capacidade e da competência do poder público
para contê-la, é uma medida preventiva sensata. Claro que é péssimo para a
sociedade constatar que integrantes da principal força ostensiva também estão
encurralados pelos marginais.
Mas é
a realidade. Neste contexto, não se pode exigir que os brigadianos sejam
mandados para o sacrifício em circunstâncias completamente desfavoráveis para a
própria segurança. Por que os legisladores e as autoridades não substituem a
exigência do uniforme por um cartão de passe livre ou algum tipo de vale-transporte?
O
equacionamento desta demanda é urgente, pois vidas estão em risco, mas também é
imprescindível que se desencadeie uma operação eficaz de vigilância no
transporte público, para que os usuários tenham mais segurança e para que os
delinquentes sejam tirados de circulação. Esse quadro perverso – cidadãos
amedrontados e criminosos impunes – precisa ser invertido.
Nada
devolverá a vida do soldado morto nem atenuará a dor de seus familiares, amigos
e colegas de farda. Mas os governantes, os legisladores e os empresários da área
de transporte de passageiros estarão prestando uma homenagem à sua memória se
agirem rápido, no sentido de evitar que outras vidas sejam colocadas em risco.
Porém,
a sensação de insegurança da população só será atenuada quando o policiamento
ostensivo inibir a ação dos delinquentes e quando os criminosos forem
efetivamente punidos.
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