sábado, 18 de outubro de 2014


19 de outubro de 2014 | N° 17957
PAULO SANT’ANA

Joelhos e quadris

Cerca de três anos atrás, faltou luz e pararam os elevadores do meu edifício. Inocente, pensei: “Será uma boa oportunidade para mim, que não faço exercícios, exercitar-me”. E assim subi os 11 andares que separam o térreo do meu apartamento a pé.

Gostei da experiência, e outra vez, sem que faltasse energia elétrica para os elevadores do meu prédio, subi novamente os 11 andares para me exercitar.

Não deu outra, dali em diante me apareceu uma dor no joelho que tenho até hoje, e nunca mais intentei a façanha de subir 11 andares a pé. Agora eu espero a volta da energia elétrica.

Felizmente, consultei o doutor João Ellera Gomes, e ele me disse que convivesse com aquela pequena dor e o desconforto, eles não tinham a menor gravidade.

Por isso é que me lembrei de fazer um justo registro à competência do consagrado traumatologista João Ellera Gomes, aqui de Porto Alegre. Em 2008, ele lançou na literatura médica internacional a correlação entre a diminuição da mobilidade articular do quadril e suas consequências nefastas sobre o joelho, por agir como uma facilitadora das lesões do ligamento cruzado anterior.

Essa teoria foi recebida com reservas pela comunidade internacional, uma vez que se tratava de uma abordagem vinda de um país subdesenvolvido que colocava em xeque dogmas preestabelecidos.

Pois agora um trabalho internacional de autoria da doutora Mélanie Beaulieu confirma, na Universidade de Michigan, a tese de João Ellera Gomes, tanto que não só citou o traumatologista porto-alegrense por três vezes como reconheceu que seu trabalho pioneiro foi a fonte inspiradora da médica em questão e na questão.

Esses novos conceitos deverão trazer uma lenta mas inexorável revolução na traumatologia desportiva. Porque explicam tantos e tantos atletas que rompem repetidamente os seus ligamentos como também balizarão as futuras técnicas cirúrgicas no tratamento dessas lesões.


Parabéns, doutor João Ellera.

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