19
de outubro de 2014 | N° 17957
PAULO
SANT’ANA
Joelhos e
quadris
Cerca
de três anos atrás, faltou luz e pararam os elevadores do meu edifício.
Inocente, pensei: “Será uma boa oportunidade para mim, que não faço exercícios,
exercitar-me”. E assim subi os 11 andares que separam o térreo do meu
apartamento a pé.
Gostei
da experiência, e outra vez, sem que faltasse energia elétrica para os
elevadores do meu prédio, subi novamente os 11 andares para me exercitar.
Não
deu outra, dali em diante me apareceu uma dor no joelho que tenho até hoje, e
nunca mais intentei a façanha de subir 11 andares a pé. Agora eu espero a volta
da energia elétrica.
Felizmente,
consultei o doutor João Ellera Gomes, e ele me disse que convivesse com aquela
pequena dor e o desconforto, eles não tinham a menor gravidade.
Por
isso é que me lembrei de fazer um justo registro à competência do consagrado
traumatologista João Ellera Gomes, aqui de Porto Alegre. Em 2008, ele lançou na
literatura médica internacional a correlação entre a diminuição da mobilidade
articular do quadril e suas consequências nefastas sobre o joelho, por agir
como uma facilitadora das lesões do ligamento cruzado anterior.
Essa
teoria foi recebida com reservas pela comunidade internacional, uma vez que se
tratava de uma abordagem vinda de um país subdesenvolvido que colocava em xeque
dogmas preestabelecidos.
Pois
agora um trabalho internacional de autoria da doutora Mélanie Beaulieu
confirma, na Universidade de Michigan, a tese de João Ellera Gomes, tanto que
não só citou o traumatologista porto-alegrense por três vezes como reconheceu
que seu trabalho pioneiro foi a fonte inspiradora da médica em questão e na
questão.
Esses
novos conceitos deverão trazer uma lenta mas inexorável revolução na
traumatologia desportiva. Porque explicam tantos e tantos atletas que rompem
repetidamente os seus ligamentos como também balizarão as futuras técnicas
cirúrgicas no tratamento dessas lesões.
Parabéns,
doutor João Ellera.
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