22
de outubro de 2014 | N° 17960
PAULO
SANT’ANA
Distrações
Ando
precisando urgentemente de um preceptor. Esses dias usei durante três dias,
pingando nos olhos, um remédio que era para os ouvidos.
E o
mais grave: usei durante uma semana um comprimido que bebia com água. Ledo
engano, tratava-se de um supositório. E o mais irônico é que curei a doença.
No
outro dia, em vez de pegar a bengala, antes de sair, peguei um cabo de vassoura.
Quando saí na rua, vi que as pessoas riam de mim, é que a vassoura veio junto
com o cabo.
Já me
apanhei certo dia em uma solenidade de chinelos, eu jurava que estava de
sapatos.
Também
já me aconteceu de errar de torre no edifício onde moro. E o incrível é que a
chave do meu apartamento serviu no outro, surpreendi as pessoas jantando e
estupefatas que eu tivesse penetrado em seu ambiente.
Outra
distração que já me aconteceu duas vezes foi sair à rua de pijama, telefonando
ou dirigindo meu carro. Também me apanho, em vez de mascar chiclete, vendo que
peguei do bolso errado e veio um objeto qualquer que tentei mascar. Já me caiu
um dente por causa dessa distração.
Uns
três meses atrás ia para casa e fiquei esperando um táxi na Protásio Alves.
Passou
um carro particular, o motorista me conheceu e perguntou se eu queria carona. Aceitei.
Quando vi, estava perto de Viamão. Perguntei ao motorista: “Mas onde é que
estou indo?”.
Resposta:
“Tu não me disseste aonde ias e eu pensei que querias ir perto da minha casa”.
Canso
de chegar em casa com um guarda-chuva que não é meu. E já tenho em casa uns
oito guarda-chuvas que não sei a quem pertencem. É um risco, podem me acusar de
estar furtando guarda-chuvas.
O
pior é que não uso guarda-chuva.
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