16
de outubro de 2014 | N° 17954
PAULO
SANT’ANA
Empreiteiras investigadas
Pela
primeira vez, as principais empreiteiras do Brasil estão sendo chamadas a
esclarecer negócios com a administração pública.
São
elas Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior, Queiroz
Galvão e Engevix.
Elas
estão sendo convidadas pelo Ministério Público Federal a ter penas abrandadas
por terem pago propina a dirigentes da Petrobras, no escândalo já exposto por
um ex-dirigente da refinaria, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto
Youssef, que denunciaram, mediante a promessa de deleção premiada, o esquema
das propinas pagas em troca de favores junto à estatal.
Chama
atenção na relação das empresas que serão convocadas à delação premiada a
presença da OAS e da Andrade Gutierrez, justamente as empreiteiras que construíram
ou fizeram reparos na Arena e no Beira-Rio.
É inusitado
que as empreiteiras sejam chamadas à delação premiada.
Aqui
no Brasil, é costume ancestral que sejam chamados à responsabilidade penal, no
caso de propina, apenas os que recebem as vantagens pecuniárias e nunca sejam
responsabilizados penalmente os que pagam a propina.
Pois
agora não, os que pagam a propina estão sendo chamados à Justiça como
penalmente responsáveis.
O
Ministério Público Federal quer que as empreiteiras assinem termos de
ajustamento de conduta (TAC) e assumam compromisso de adotar medidas de
governança corporativa, com regras de conduta e fiscalização que evitem corrupção
nos negócios com o setor público.
Ainda
na fase de inquérito da Polícia Federal, algumas das empresas citadas mostraram
disposição para colaborar com as investigações.
Também
estão sendo investigadas empresas como Toyo Setal e Iesa, fornecedoras de
plataformas cujo contrato com a Petrobras não foi cumprido. Mais ainda a Jaraguá
Equipamentos Industriais, empresa que teve mais de 800 pedidos de falência
solicitados por seus credores e está em recuperação judicial.
Além
de atuar para a Petrobras, a Jaraguá tinha também contratos com a BR
Distribuidora.
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