sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Jaime Cimenti

E palavras...

Pois é, queridos leitores, prefiro não escrever e opinar errado em cima das transparentes margens de erro das pesquisas eleitorais. Me poupo e economizo você, já estonteado pelos números dos institutos vários.

Deixo as previsões imprevisíveis para os competentes analistas políticos e econômicos e para os espertos guris do Manhattan Connection, que afirmam que as eleições podem dar em uma coisa ou outra, com três, quatro ou cinco pontos para cá ou para lá, dependendo das últimas notícias, tendências, mortes, nascimentos e escândalos. Pois é, não me atrevo nem a ser profeta do ontem e menos ainda do dia de hoje. Deixa para lá. Prefiro zen opinião, hoje.

Falar de crise econômica nacional e internacional não estou a fim. Economia? Prefiro outro tipo de ficção. Literatura de ficção. Falando nisso, se nem o francês Patrick Modiano, Nobel de Literatura de 2014, sabe por que ganhou o prêmio, como é que eu, modesto cronista de aldeia, vou saber de alguma coisa? A moda é não saber de nada. Tô dentro! Não sei, não vi, não ouvi. O Modiano saiu caminhando por Paris, de certo achando que Proust é um pouco maior que ele, mas não muito.

Bom, nessa segunda-feira, faço de conta que não tenho assunto e certezas, dou uma enrolada básica, mas sei, estou certíssimo de uma coisa. Os ventos de outubro, graças a Deus, levam as rinites, sinusites, bursites, artrites e outras ites do inverno. Inverno que nem foi tão longo e tenebroso, como costumava ser antes do discutível aquecimento global. Tudo é discutível, hoje, principalmente a própria discussão e os métodos de discussão. É mole?

Indiscutível o mel, o caramelo e o chocolate que o sol vai pintando na pele das cada vez mais lindas gaúchas, que vão usando menos roupas e preconceitos e frequentando mais e mais os bares, os restaurantes, as casas noturnas, os templos e os parques. Deus foi generoso com o paralelo trinta. Seja louvado! Aleluia!

Nesta primavera-eleições 2014, tudo vai desabrochar, como de costume. Os variados botões vão se abrir. Até a galera da quarta idade e os maridos estereofônicos - aqueles de baixa frequência, alta fidelidade e potência modulada - vão reflorir, com ou sem aditivos azuizinhos. Na Feira do Livro, brochura será apenas o processo de encadernação que utiliza capa flexível, colada e/ou costurada ao miolo do livro pela lombada ou o livro encadernado por esse processo.

Bom, queridos leitores, o papo primaveril está ótimo, mas preciso ir. As linhas do meu prazo de validade acabaram. Já reflori. Fértil primavera para vocês! Fui!

Jaime Cimenti

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