sexta-feira, 10 de outubro de 2014


10 de outubro de 2014 | N° 17948
OLHAR GLOBAL | Luiz Antônio Araujo

Prêmios

O Prêmio Nobel da Paz de 2014 será anunciado hoje pelo Comitê Norueguês. É a mais prestigiosa distinção conferida por esforços práticos em favor do entendimento entre os povos, da solidariedade e de justiça. Os procedimentos de escolha, por determinação da Fundação Nobel, permanecem secretos por um prazo de 50 anos. Ainda assim, não costuma ser difícil compreender as motivações dos organizadores, concorde-se ou não com elas.

O médico e professor Milton Paulo de Oliveira escreveu ao Olhar Global a respeito de um dos tantos lembrados para o Nobel: Denis Mukwege, da República Democrática do Congo. Médico ginecologista, Mukwege celebrizou-se pelo apoio às vítimas da guerra civil em seu país, um dos maiores e mais pobres do continente africano.

Vale a pena reproduzir as palavras de Oliveira, que conheceu o congolês numa missão humanitária organizada pela ONG Smile Train: “Mukwege mostrou-me que fazer o bem não tem nada a ver com a intenção de produzi-lo. O bem deve ser o fim e nunca um meio para alguma coisa. A concepção de moral de Mukwege é desprovida de intenções. Ele o faz porque deve e acha que é justo fazê-lo. Sendo assim, não espera agradecimentos ou reconhecimento – um exemplo muito raro e pouco compreendido”.


Dificilmente Mukwege será o anunciado hoje. Mas, no próximo dia 17, ele entrará no Palazzo Ducale, em Gênova, para receber outra honraria, tão ou mais adequada a sua trajetória: o Prêmio Internacional Primo Levi. Justa e merecida homenagem.

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