05
de agosto de 2014 | N° 17881
DAVID
COIMBRA
DELICIOSAS PANQUECAS
Sabem
o que preparei ontem de manhã? Panquecas.
Sim,
senhor. Nos Estados Unidos, faça como os americanos. Tivemos nosso desjejum com
panquecas, eu, Marcinha e B. Pena que não havia me abastecido com syrup, o
xarope de melado que eles derramam em cima das panquecas. Mas vou providenciar.
Sim,
senhor.
Estou
convencido de que os americanos estão cobertos de razão: a principal refeição
do dia é a matutina. Portanto, panquecas com syrup, café forte, talvez cereais,
mais o ortodoxo pão com manteiga, suco de laranjas da Califórnia e, é claro,
scrambled eggs, um homem não pode começar o dia sem seu scrambled eggs. Porém,
ah, porém, prometo que jamais vou aderir ao bacon frito. Bacon frito já é demais.
Até porque
também estou convencido de que o bacon frito, aliado à farta ingestão de hambúrgueres
com tudo dentro, é a principal causa da obesidade que redondamente apresentam
milhares de americanos andando sobre suas sandálias pelas ruas, neste verão do
Hemisfério Norte.
Seja.
O que quero dizer é que estou selecionando os hábitos que vou contrair aqui no
Grande Irmão do Norte, que os contrairei, claro que sim. Ficar com as coisas
boas, dispensar as nem tanto, essa é a ideia. O futebol, por exemplo, o nosso
velho e bom futebol, o soccer, o nobre esporte bretão, esse continuo achando
que é o maior esporte do mundo, e acredito que os americanos começam a
compreender isso. Clubes europeus vêm treinar e fazer amistosos por aqui,
lotando os estádios como nenhum estádio é lotado no Brasil.
Tempos
atrás, o Chico Novelletto tentou realizar um Gre-Nal nos Estados Unidos. Não conseguiu,
por conta da visão curta dos dirigentes da Dupla e da muquiranagem típica de
muitos aí do amado Rio Grande. Que pena. Mas quem sabe um dia? Quem sabe? Eu os
esperarei bem alimentado graças às minhas panquecas no breakfast. Com syrup, é claro.
DELICIOSO
MARTINI
Tenho
assistido aos jogos da Dupla, graças ao milagre da TV a cabo. Verei o Gre-Nal
do próximo domingo. Como ainda não me adaptei às cervejas americanas, e creio
que não conseguirei me adaptar, planejo acompanhar o jogo com um Martini seco
na mão. Com azeitonas. Sim, senhor.
Não
estou me afrescalhando, como diria meu amigo Amilton Cavalo. Juro.
É que
o dry Martini é o drinque dos detetives noir. Sam Spade e Phillip Marlowe
sempre empunhavam um quando se defrontavam com aquelas ruivas sedutoras e
perigosas, ou com aqueles gângsteres inescrupulosos e igualmente perigosos.
Então,
lá estaremos nós, eu, meu dry Martini, Grêmio e Inter. Suponho que um Grêmio
fechado, cauteloso, concentrado, contente com o empate. Se Felipão aprendeu
algo com o desastre diante da Alemanha, óbvio.
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