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sábado, 16 de agosto de 2008
UM COMUNISTA LIBERAL
Sobrou para a esquerda. O deputado Roberto Freire esteve ontem em Porto Alegre, no 4º Fórum Político Unimed/RS, cujo tema era 'A política em (des)construção', e soltou o verbo contra certas hipocrisias esquerdistas.
Rotulou a China de ditadura e nada mais. Acusou o ministro Tarso Genro de ter praticado uma barbaridade com os atletas cubanos que pediram asilo no Brasil e foram deportados em nome da fidelidade ideológica de parte do petismo ao regime ditatorial cubano.
Afirmou que, se Severino Cavalcanti, aquele mesmo que foi presidente da Câmara dos Deputados e achacava no varejo, se tornou prefeito da pequena cidade pernambucana de João Alfredo, foi graças ao apoio em palanque do atual presidente da República.
Perguntou, em tom irônico, qual a justificativa mesmo para Luiz Inácio receber uma pensão por ter passado míseros dois meses na prisão durante a ditadura. Defendeu que os democratas, vitoriosos na luta contra o regime militar, não devem pedir indenizações.
É pouco? Tem mais. Roberto Freire sustentou que Tarso Genro deve abrir os arquivos da ditadura como já fizeram outros países da América Sul, mas que o passado não pode ser usado para revanchismo.
Cobrar da ditadura, como fez Tarso, respeito às suas próprias leis, por exemplo, no que se refere à tortura, significa legitimar a fachada legal dos governos militares.
É engraçado como os esquerdistas no poder passam a ter os mesmos reflexos da direita. A primeira atitude é esconder, encobrir os fatos, manter fechados os arquivos. Será que o governo teme certas revelações?
Temerá que apareçam não só os atos bárbaros praticados pelos torturadores, mas também os desatinos práticos cometidos pelos semeadores de utopias que pegaram em armas e quiseram arrombar as portas do paraíso com as suas convicções 'científicas'?
Roberto Freire, embora defenda o sistema de lista fechada para o Brasil, admitiu que o partido político pode ser uma forma datada de organização dos representantes da sociedade. Questionado por cinco entrevistadores, não pipocou.
Feitas as contas, a anistia recíproca foi um bom negócio para quase todos, especialmente para guerrilheiros e torturadores, mas não foi para muitos democratas que simplesmente lutaram pelo Estado de direito.
Assim como não foi para aqueles esquerdistas que defenderam os seus ideais sem assaltar, matar ou seqüestrar.
Nada disso, porém, justifica se ter de sustentar para sempre Ziraldo, Jaguar, Cony, Luiz Inácio e outros que perderam algum fim de semana na praia ou no boteco por causa de prisões arbitrárias.
Tem razão Freire: seria preciso indenizar esse pessoal que mama ou deseja mamar nas tetas da vaca estatal pelo tempo que passaram na prisão. Ninguém sairia no prejuízo. Ganhariam o suficiente para um chopinho ou uma garrafa de uísque.
Nada como um comunista liberal. Os ex-militantes do PCB viraram, com freqüência, políticos de centro. É gente moderada.
Eles conseguem proezas incríveis como defender a punição dos mensaleiros. É sempre interessante como retórica na medida em que se sabe muito bem que ninguém será punido.
O melhor petardo de Freire foi o de dizer que a tortura no regime militar só chamou e ainda chama a atenção por ter atingido indivíduos dos setores médios e mais aquinhoados da sociedade.
É a síndrome das algemas. Palavra de comunista. Reclamem com o comitê central.
juremir@correiodopovo.com.br
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