sábado, 23 de agosto de 2008



24 de agosto de 2008
N° 15705 - PAULO SANT’ANA


Tabacofobia

Cogitam agora na Câmara Federal de não se permitir fumar ao volante do carro.

A exemplo das pessoas que levam alguém que dirija o carro até o restaurante, para beber e vir na carona de volta, agora, quando proibirem de dirigir fumando, eu terei de ter um motorista para me carregar, enquanto fumo no banco do carona?

Mas não estão exagerando ao encher o saco dos cidadãos?

A alegação para proibir que se fume ao volante é de que o cigarro distrai o motorista e provoca risco de acidente.

É ridículo. Vejamos o caso dos caminhoneiros. O que muitas vezes acontece é exatamente o contrário do que pretendem: são inúmeros os casos de motoristas de caminhão e outros que provocam acidentes por dormirem na direção.

E o cigarro é um elemento que mantém o fumante acordado.

Então, para distâncias longas, o cigarro se constitui num companheiro fiel, num amigo do motorista.

Então, como é que querem instalar o tédio no volante ao proibir os motoristas de fumar? Além de tédio, depressão, nervos estressados. E aí fica instalada exatamente a ocasião propícia para o acidente.

A alegação de que o cigarro distrai o motorista é de autoria de idiotas. Pois tanto é necessário que o motorista se distraia na direção, que todos os carros têm rádios e tocador de discos.

Ou seja, é imprescindível que o motorista se distraia na direção. Caso contrário, o ato de dirigir se torna maçante, monótono, monocórdio. Portanto, perigosíssimo, propício a acidentes de trânsito.

As montadoras colocam lugar para rádios nos carros por motivo de entretenimento. E segurança.

Como é que surge uma bobagem dessas de proibir que se fume ao volante?

O mais sensato depois disso é proibir logo que se fabriquem cigarros.

Sei por que não proíbem a fabricação de cigarros, esses tabacófobos: primeiro, porque os impostos sobre o fumo são de alta monta; em segundo lugar, porque, se proibirem a fabricação de cigarros, se instalará no país uma máfia de traficantes de cigarros.

Parece que estou vendo que aqui no Rio Grande do Sul se criarão o Cartel de Santa Cruz e o Cartel de Vera Cruz.

Melhor é mesmo continuar fabricando.

Mas a ponto de não deixar fumar em qualquer lugar, mesmo os locais ventilados, como os carros, isso já é demais.

Primeiro criaram os fumódromos nos lugares fechados, empresas, repartições públicas, restaurantes. Agora, querem extinguir os fumódromos, criando lei que proíba terminantemente fumar em recintos fechados.

Ou seja, as leis parecem não estar sendo feitas para combater o cigarro, elas querem combater os fumantes.

Agora querem proibir os motoristas de fumar nos carros. Nessa marcha, de perseguição cruel aos fumantes, em breve vamos fazer lei como a que vigora numa cidade da Califórnia, EUA: proibiram de fumar nos lares, nos domicílios, a menos que o vizinho da direita e o da esquerda o consintam.

Quer dizer, quando as leis teimam em ser rigorosas a ponto de crucificar os cidadãos, ingressa-se no bestialógico.

Uma coisa precisam entender os tabacófobos: é necessário respeitar os direitos de todos, inclusive dos fumantes.

Só se há de se cercear os fumantes no caso de que eles prejudiquem outras pessoas, como é o caso da lei justa que os proíbe de fumar em restaurantes e em lugares fechados com público ou na companhia de outrem.

Agora, fumar dentro do seu próprio carro, sem prejudicar ninguém, proibi-lo é um atropelamento ao direito do fumante.

Sob a alegação tola e ridícula de que o cigarro tira a atenção do motorista ao dirigir. Ora, parem de fazer cócegas.

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