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terça-feira, 19 de agosto de 2008
19 de agosto de 2008
N° 15700 - LUÍS AUGUSTO FISCHER
Aos colorados
O tema deste pequeno texto era para ser Dorival Caymmi, o grande cancionista brasileiro que faleceu sábado, aos 94 anos, com umas cem canções no currículo. Pensei em celebrar sua obra, que é nossa também, como é a de qualquer artista – uma vez feita a parte dele, o resto é conosco, cá do lado da recepção.
No caso do Caymmi a gente acolhia cada uma de suas invenções como se as conhecesse desde séculos, como é o caso da Maracangalha, lá para onde a gente ia com ele, desde que não estivesse chovendo.
Com sua morte, entram para a eternidade suas criações; mas também com sua morte se impõe outra dimensão de tempo: ele era o derradeiro cancionista nascido naquela remota década de 1910, a mesma de Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Assis Valente, Lupicínio Rodrigues, Geraldo Pereira, Luiz Gonzaga.
Os demais já tínhamos nos acostumado a pensar como gente do passado, com obra encerrada, gente que ficou pelo caminho, como ficam as pessoas todas, incluindo o prezado leitor e eu, em algum momento.
Mas aí é que tá: no domingo, se impôs outro tema, inescapável para um colorado. Caymmi perdeu espaço para o nosso fracasso diante do Vasco (a frase até que dava um verso de samba triste.) Foi terrível de ver. O time não era um time, ninguém sabia o que fazer lá dentro do campo, ninguém sabia como reagir cá fora do campo. Uma espécie de morte, também.
Ocorre que as instituições queridas não morrem, enquanto são queridas. E o Inter, nascido em 1909, pouco antes de Caymmi, está vivo, campeão mundial faz pouco, com quase 80 mil sócios e incontáveis torcedores, com uma penca de ótimos jogadores, quer dizer, com tudo o que importa para dar a volta por cima.
Sabe como é – quando a maré tá boa, o sujeito faz gol de nuca ou de barriga, impedido; quando a maré não ajuda, craque faz bobagem e a bola queima.
Bem nessa hora é preciso estar atento e forte, porque não temos tempo de temer a morte, como diz outra canção. É isso, e nada mais: o Colorado conta com os colorados, e nós estamos aqui torcendo para tudo voltar a dar certo. E vai dar. Nada vai nos separar.
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